Fundado há 25 anos, o Projeto Olaria de Deus busca a reabilitação e reinserção social de dependentes químicos. O projeto também atende moradores em situação de rua e animais abandonados.

 

O presidente do projeto, o advogado Fred Moreno, participou do DS Entrevista onde falou sobre os objetivos e ações realizadas. Tudo começou em uma unidade terapêutica, em São Paulo, mas o advogado passou a residir em Suzano, trazendo o projeto para a cidade há 8 anos. A unidade da capital é mantida até hoje. “No início, o foco era somente o dependente químico e alcoólatras. Mudei para cá há 8 anos e trouxe o projeto e ele tornou-se mais amplo”, conta.

 

Como advogado, passa orientações jurídicas para estas pessoas, principalmente nas questões de família, além de atender pessoas em situação de rua com distribuição de alimentos e encaminhamento deles para abrigos e comunidades terapêuticas. No inverno, também é distribuído roupas. O trabalho também abrange animais abandonados, com distribuições de rações, encaminhamentos para abrigos e clínicas veterinárias, onde é feita a castração. Mesmo após a adoção, o acompanhamento continua.

 

Desde a sua fundação, o projeto chegou a atender mais de 5 mil famílias. Para Moreno, a participação da família é fundamental no processo de recuperação dessas pessoas. Uma das peculiaridades do projeto é que não se trata de uma internação compulsória. “Eles entram, fazem parte de um programa terapêutico, mas podem se desligar. Eles podem se retirar, caso queiram”, explica.

 

Segundo o advogado, Suzano não conta com uma unidade terapêutica, mas conta com parcerias em São Paulo, Mogi das Cruzes, Poá, interior, seja para comunidades femininas e masculinas. O projeto busca uma unidade em Suzano também. Ele ressalta que durante a distribuição de alimentos é também uma abordagem com a pessoa. “Não é só entregar o alimento e ir embora. É fazer essa abordagem para conhecer essa pessoa, os problemas que essa pessoa enfrenta”.

 

O objetivo do projeto também é acabar com a discriminação em relação a estas pessoas. “Elas são vistas como pessoas perigosas e vagabundas. Não é essa a realidade das ruas. Quando falamos de crianças, animais e idosos percebemos que as pessoas têm mais disposição para ajudar. Não ocorre isso quando é com dependentes químicos ou moradores de rua”, relata.

 

Ele cobra por mais ações do poder público para cumprir o que consta na constituição. “Sendo a dependência química uma doença reconhecida, deveria haver tratamento, leitos e comunidades terapêuticas financiadas pelo Estado para acolher essas pessoas”, afirmou.

 

Durante todo esse tempo atuando nas ruas, ele chegou a encontrar pais de famílias vivendo nesta situação. Pessoas que foram despejadas juntamente com a família. 

 

Ele pediu consciência para a população e destacou que essa não é a vida escolhida pela maioria deles. 

 

O escritório Olaria de Deus fica na Rua Expedicionário Abílio Fernandes, 167, no Centro de Suzano. O atendimento também é feito pelo Whatsapp: (11) 94636-8510 e também pelo Instagram e Facebook.