Editorial

Menor média móvel de vítimas

17 OUT 2021 • POR • 05h00

As informações sobre o combate à Covid-19 são favoráveis. Mas, sempre é importante lembrar: a pandemia ainda não acabou e, por isso, é preciso manter as medidas de segurança sanitárias.
Na semana passada, reportagem da Agência Brasil mostrou que com o avanço da imunização e um contingente de mais de 100 milhões de pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19, o Brasil registrou no dia 13 de outubro a menor média móvel de vítimas da doença desde abril de 2020. O patamar é resultado de uma queda contínua registrada desde o fim do primeiro semestre deste ano. Em 1º de julho, a média móvel era de mais de 1,5 mil mortes por dia, indicador que chegou ontem a 316 por dia, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No pior dia da pandemia, em 12 de abril de 2021, o indicador chegou a 3.123 vítimas diárias.
Apesar do cenário de melhora, pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil defendem que ainda é preciso avançar mais na vacinação e chegar a 70% da população com esquema completo de vacinação antes de flexibilizar as medidas de prevenção de forma mais contundente. 
O progresso da cobertura vacinal é o principal responsável pela tendência consistente de queda nas internações e óbitos observada no segundo semestre deste ano, mas alerta que a circulação de pessoas nas ruas já retornou ao nível pré-pandemia. 
As autoridades de saúde comemoram, até agora, os resultados. 
Mas ainda insistem que é preciso que a população adote as medidas de proteção contra a doença.
Para muitos especialistas, analisando os números de forma mais fria, diria que é um bom momento, talvez um dos melhores atravessados. 
Falar em um bom cenário traz sempre um pouco de esperança para as pessoas, mas é preciso que elas compreendam que um cenário melhor não significa que a pandemia está vencida.
Uma flexibilização mais segura das medidas restritivas requer uma cobertura vacinal que alcance ao menos 70% a 80% da população, na opinião do pesquisador da Fiocruz. 
Segundo o painel de dados da fundação, o Brasil tem hoje 47,2% de sua população totalmente vacinada e 70,31% que tomou ao menos a primeira dose. Diante disso, ele reforça a importância de completar o esquema vacinal com as duas doses e ainda a dose de reforço para os casos em que ela for prevista. O epidemiologista acrescenta que a recomendação da vacinação independe de a pessoa ter tido Covid-19 previamente.