Cidades

‘Fechamento das bilheterias da CPTM é mais uma medida de exclusão social’, afirma sindicato

27 OUT 2021 • POR de Suzano • 13h02
Estado anunciou o fechamento de todas as bilheterias das estações da CPTM - Regiane Bento/DS
O Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Transportes Metropolitanos anunciou o fechamento de todas as bilheterias das estações da CPTM e do Metrô no estado. A decisão de acabar com o atendimento presencial ao público está prevista para acontecer até o fim desse ano, mas em alguns casos o fechamento das bilheterias já começou a ser adiado, informa José Claudinei Messias, presidente do Sindicato da Sorocabana.
 
Para Messias, essa decisão é extremamente prejudicial à população, causando exclusão social, além de desrespeito. "O fim das bilheterias nas estações exclui quem não tem conta em banco ou mesmo quem não sabe lidar com transações financeiras por meio de cartão de débito, por exemplo. As máquinas que venderão os novos bilhetes não aceitam dinheiro e também não haverá funcionários para auxiliar ou dar orientação aos usuários. Ou seja, uma completa exclusão social". 
 
Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), a expectativa é obter economia de R$ 100 milhões por ano com o fim das bilheterias. Ainda segundo o governo, os funcionários serão realocados para outras funções. No entanto, Messias acredita que muitos ferroviários serão demitidos. "Não há postos de trabalho para todos esses funcionários. A STM diz que vai realocá-los, mas a verdade é que muita gente será dispensada. Vamos acompanhar essa situação para garantir que os ferroviários sejam respeitados", explica o presidente do Sindicato da Sorocabana.
 
Outro ponto levantado por Messias é que as pessoas não poderão mais comprar bilhetes em quantidade, uma vez que eles passam a ser impressos em papel térmico, que apaga em pouco tempo. "Ter apenas o equipamento que emite o QRCode em papel térmico, que apaga com rapidamente, prejudica quem compra mais do que um bilhete. Também tem o fato de que usuários vindos das mais variadas partes do país também poderão ser prejudicados.Além disso, também será fonte de problemas e, como de costume, a empresa colocará poucos técnicos para fazer essa manutenção", ressalta o dirigente.
 
O Sindicato segue acompanhando a situação e tomará as medidas necessárias para proteger os direitos dos ferroviários e da população. "O Governo do Estado de São Paulo tem de tratar o transporte público de passageiros como Política Pública de Transportes, com ações que visem a evolução, segurança e qualidade aos usuários, ao contrário de medidas como essa", finaliza Messias.