Editorial

Valor da cesta básica

20 JAN 2022 • POR • 05h00

O DS trouxe, na edição de ontem, reportagem mostrando que o preço da cesta básica de produtos subiu cerca de 10% em relação ao ano passado em Suzano. O motivo, mais uma vez, foi a alta inflação em cima dos alimentos básicos, alterando o valor.
Existem dois tipos de cestas básicas, uma composta por mais itens e outra com menos produtos. Apesar da diferença, ambas fazem o papel de cesta básica contendo alimentos que são necessários para uma alimentação adequada para uma família durante um mês.
A pesquisa feita pelo DS, que percorreu três supermercados de Suzano, mostrou valores que variam de R$ 78,99 a R$ 83,90.
Há um descontentamento geral por parte dos consumidores em relação ao aumento.
Na pesquisa feita pelo DS, os itens que contem na cesta são 5kg de arroz, 2kg de feijão, 3kg de açúcar, 2 litros de óleo, 1,5 kg de macarrão, 1kg de farinha de trigo, 1kg de sal, 1 pacote de fubá de milho, café torrado, atum ralado, molho de tomate e uma goiabada.
As pessoas optam por comprar a cesta básica montada por ser mais barata. 
A dificuldade em torno da compra dos novos produtos aumenta à medida em que ocorrem esses reajustes, inadmissíveis na opinião de quem compra.
O fato é que o galope da inflação dos últimos meses vem tornando cada vez mais difícil mesmo o sustento básico da população mais pobre. 
Não há dúvida disso. O governo, neste momento, busca alternativas na tentativa de conter a onda da alta de preços, puxada pelo reajuste nos valores dos combustíveis. Só para se ter uma ideia, em julho, o valor da cesta básica na capital paulista para uma família de quatro pessoas quase empatou com o salário mínimo. O quadro é preocupante porque a cesta básica inclui gastos apenas para compra de 39 produtos, entre alimentos e itens de higiene pessoal e limpeza doméstica. Ficam de fora itens tão importantes quanto a alimentação, como despesas com moradia, transporte e medicamentos, por exemplo. Levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que em julho de 2021, por exemplo, o custo da cesta básica paulistana chegou a R$ 1.064,79. A alta foi de 0,44% em relação a junho, de 5,65% no ano e de 22,18% em 12 meses. Em 12 meses até julho, a inflação oficial medida pelo IPCA avançou 8,99%. O desemprego piora o impacto da inflação no orçamento. Especialistas afirmam que uma coisa é ter dinheiro e os produtos e serviços irem ficando mais caros. As famílias vão dando um jeito, compram menos, trocam de produto.