casa mal assombrada

História da 'casa mal-assombrada' vira história em vídeo e livro

Jornalista Douglas Pires falou, em seu canal no YouTube, sobre casa na Rua Padre Eustáquio, na Vila Amorim

27 AGO 2023 • POR Daniel Marques da Reportagem Local • 16h00
História da 'casa mal-assombrada' vira história em vídeo e livro - Divulgação

Foi na madrugada de sexta-feira, 22 de maio de 1970, que eventos sobrenaturais começaram a aterrorizar os moradores de uma casa que ficava na Rua Padre Eustáquio, na Vila Amorim, em Suzano. Cortinas, roupas e móveis começaram a pegar fogo e voar pela residência sem qualquer interferência humana, nos acontecimentos relatados no livro “O Poltergeist de Suzano”, de Hernani Guimaraes Andrade.

Mais de cinco décadas após os eventos que atraíram dezenas de curiosos para a tal “casa mal-assombrada”, o jornalista Douglas Pires conta o que aconteceu naquele final de semana em um vídeo em seu canal no YouTube.

“Fantasma assusta Suzano” foi o título de uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, veiculada na edição de 28 de maio de 1970. A matéria usou como fonte um morador da residência, que relatou dias assustadores que sua família viveu e as dificuldades de lidar com tantas pessoas que foram até a casa para rezar e questionar sobre os eventos.

Além da reportagem do “Estadão” e de outros jornais da época, o “Poltergeist de Suzano” ganha um novo material para seu acervo: um vídeo no YouTube. Em entrevista ao <CF32>DS</CF>, Douglas Pires destacou as motivações para fazer um vídeo sobre o assunto. Pesou a vontade de seus inscritos.

“Há uns dois anos, eu fiz um vídeo sobre uma casa mal-assombrada na Baruel. Ela ficava bem em frente onde é a Prefeitura, e todo mundo falava que havia coisas estranhas naquela casa. Essa história foi muito bem. E várias pessoas nos comentários começaram a pedir para falar da casa assombrada da Padre Eustáquio. Desde então comecei a pesquisar e não encontrava nada, só pessoas falando que sabiam, mas não davam informação concreta. Eu sempre tentei pesquisar durante esse tempo, mas não encontrava nada concreto”, iniciou o jornalista.

“Recentemente, há uns 20 dias, meu primo, Luiz Dominguez - que é colaborador do canal - encontrou um livro na internet falando sobre o caso ‘Poltergeist de Suzano’. Ele me mandou o livro. Quando comecei a ler, vi que era o mesmo caso que falavam antes”, afirmou.

A reportagem do DS esteve no local e conversou com moradores antigos. Eles disseram que Ezequias Valerio de Souza, o morador da casa na época, já era idoso e se mudou posteriormente para a Zona Leste de São Paulo. Também lembraram os fatos daquele dia. 

Mistério é contado em canal de jornalista no YouTube

Lançado no último dia 13 no YouTube e intitulado como “Casa mal assombrada da Rua Padre Eustáquio | Vila Amorim | Suzano”, o vídeo do jornalista Douglas Pires pode ser acessado pela url: youtube.com/watch?v=Nw-t1WuzlII.

Apaixonado pelas histórias curiosas que Suzano pode oferecer e jornalista com faro apurado, Douglas faz do Canal Douglas Pires, no YouTube, um acervo de boas histórias e curiosidades sobre os mais diversos assuntos envolvendo a cidade. Porém, ele conta que não escolhe os temas sozinho.

“O que me ajuda muito são os comentários nos vídeos. As pessoas comentam coisas e acabam me pautando para fazer outras histórias. Recebo mensagens de muita gente, no Instagram principalmente”, afirmou o jornalista.

Sobre a história da casa mal-assombrada da Rua Padre Eustáquio, Douglas disse que pode rolar uma segunda parte do vídeo “se rolar algum fato novo” sobre o assunto. 

Moradores antigos da rua confirmam história da casa, revelam local dos fatos e dão detalhes do dia

Cinquenta e três anos após os assustadores eventos ocorridos na casa mal-assombrada da Rua Padre Eustáquio, moradores ainda conseguem lembrar de fatos daquela semana. Mais de cinco décadas tornaram a missão difícil, mas a reportagem do DS localizou, na mesma rua da Vila Amorim, pessoas que puderam descrever, mesmo que com certa dificuldade, como a população local recebeu a notícia na época.

Elas foram entrevistadas separadamente e, apesar disso, relataram versões parecidas sobre os fatos. Há uma divergência entre os moradores sobre qual seria o imóvel exato: se é o 508 ou o 510 da Padre Eustáquio. Relatos dão conta de que essa divergência ocorre porque, na época, tratava-se de apenas um terreno que, anos depois, foi dividido.

Onde hoje fica o 508 existia a casa, enquanto um pomar do quintal ficava na região do 510. Atualmente, no 510, funciona uma loja de móveis usados. No 508 fica uma casa com amplo espaço de garagem. Ambos são sobrados. Porém, Edson Dias Barbosa, chamado no bairro de “Porquinho”, diz que a casa ficava no imóvel n° 510:

“A gente estudava no Morato e falaram que esta casa aqui (apontando para o imóvel n° 510) do sr. Ezequias estava pegando fogo na parede. Veio Gil Gomes aqui. Colocavam papel na parede e pegava fogo mesmo. Benzeram a casa, passaram três meses e acabou. Eu tinha 10 anos”.

Ilson Antônio Mendonça tinha 17 anos na época. Atualmente com 70 anos, ele foi categórico ao falar sobre os acontecimentos da época.

“As pedras caiam sozinhas. Folhinha de papel pegava fogo ao colocar na parede. Deu reportagem e tudo, mas eu não gostava muito disso. Os ‘velhos’ que iam lá”.

Márcio Donizete mora há 50 anos nas imediações do local. Ele afirma que a casa dos fatos ficava no 508. “Ali ficava um pomar, a casinha ficava aqui (apontando para o 508). Não era fantasma, mas falam que teve algumas coisas aí”, disse.

Ricardo Camargo é dono do comércio e inquilino do imóvel 510. Ele disse que já estava de saída do local, mas não creditou isso à “novidade”. “Para mim, era desconhecido. Aqui nunca teve nada diferente. Já estava saindo, estou me desfazendo do comércio”, revelou.