Editorial

Vacina contra a dengue

29 JUL 2015 • POR • 08h00

Uma indústria instalada em Suzano solicitou autorização ao governo federal para comercialização da vacina contra a dengue. Todo o processo está sendo feito na unidade francesa da Sanofi-Aventis, mas o pedido para comercialização foi feito pela unidade de Suzano. Os documentos sobre a fabricação do antídoto foram enviados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é de que até o ano que vem a vacinação comece a ser feita no País. O assunto ganhou destaque em artigo publicado segunda-feira na revista New England Journal of Medicine. O texto aponta que a imunização tem maior eficácia em pessoas maiores de 9 anos. Como o imunizante foi testado em pessoas de até 60 anos, este é o limite da indicação do produto. Uma vez aprovada, a imunização será feita em três doses, com intervalos de seis meses. Além da indústria de Suzano, o Instituto Butantan e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) também estão fabricando uma vacina contra a dengue. A vacina do Butantan e do NIH é feita com os próprios vírus da dengue, que foram modificados para que a pessoa desenvolva anticorpos. As iniciativas são extremamente relevantes, já que o País vive atualmente um surto da doença. Em algumas cidades os casos aumentam a cada mês, mesmo em períodos que não são suscetíveis à proliferação do mosquito da dengue. Mesmo com ações preventivas e de conscientização sendo realizadas, os municípios não conseguem barrar o aumento de casos confirmados. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, chegou inclusive a confirmar que o País vive uma epidemia da dengue, com o registro de cerca de 746 mil casos, sendo que o Estado de São Paulo registrou mais da metade do total de casos, ultrapassando 401 mil pessoas contaminadas. Com a autorização da comercialização da vacina pode ser que o número de pessoas contaminadas pelo mosquito da dengue diminua. Mas é necessário que as outras ações continuem sendo feitas paralelamente.