A Saúde sempre pede mais
É fundamental que o Brasil priorize mais investimentos na saúde pública. Como um direito fundamental de todos os cidadãos, a saúde não pode ser tratada como uma despesa.
Nos corredores dos hospitais superlotados, nas longas filas por consultas especializadas e na precariedade de equipamentos e medicamentos, ecoa um clamor que não pode ser ignorado: a saúde pública brasileira precisa de mais investimentos. A cada ano, o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde do mundo, é submetido a um teste de resistência que beira o colapso, não por falhas em sua concepção, mas pela crônica subvenção que o impede de alcançar seu pleno potencial.
É imperativo que os governantes e a sociedade compreendam que a saúde não é uma despesa, mas sim um investimento estratégico no capital humano do país. Uma população saudável é uma população produtiva, capaz de gerar riqueza, impulsionar a economia e construir um futuro mais próspero. A ausência de um sistema de saúde robusto acarreta custos muito maiores a longo prazo, seja pela perda de produtividade, pela sobrecarga de doenças crônicas ou pela mortalidade prematura.
Os recursos destinados à saúde pública no Brasil, quando comparados a outras nações, são visivelmente insuficientes. Essa lacuna se traduz em hospitais sem leitos, falta de profissionais qualificados, equipamentos obsoletos e uma burocracia que dificulta o acesso a tratamentos e exames cruciais. É um cenário que compromete a dignidade humana e perpetua um ciclo vicioso de desigualdade social.
Aumentar o investimento na saúde pública não significa apenas construir mais hospitais. Significa fortalecer a atenção primária, a base do sistema, que previne doenças e desafoga os hospitais. Significa investir em tecnologia para diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes. Significa valorizar e capacitar os profissionais de saúde, que são a linha de frente no cuidado com a vida. Significa, acima de tudo, garantir o acesso universal e equitativo a serviços de qualidade, independentemente da condição socioeconômica do cidadão.
Chegou o momento de a saúde pública ser colocada no centro das prioridades nacionais. É uma questão de justiça social, de desenvolvimento econômico e de segurança nacional. O Brasil tem a capacidade e a inteligência para construir um sistema de saúde que seja motivo de orgulho, que atenda às necessidades de sua população e que garanta a todos o direito fundamental à vida com dignidade. Mais investimento na saúde pública não é um luxo, é uma necessidade inadiável para o futuro da nossa nação.