Editorial

Vacina da USP contra Covid

18 JUL 2025 • POR editoracao • 05h00

As vacinas no Brasil têm sido fundamental no combate às doenças. Foi assim no caso da Covid-19. O surgimento do imunizante garantiu resultados importantes e evitou um maior número de vítimas fatais da doença.
Nesta semana surgiu mais uma novidade. Pesquisadores do Centro de Pesquisas em Biotecnologia CT-Vacinas, em Minas Gerais, finalizaram recentemente os ensaios clínicos de fase 2 de uma vacina contra a Covid-19 com resultados animadores. Testada em 319 voluntários ao longo de 12 meses, o imunizante, desenvolvido em parceria com a USP, se mostrou seguro e eficaz contra diferentes variantes do sars-cov-2. Agora os cientistas aguardam o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a terceira fase de testes em humanos, que será feita em cerca de 5 mil participantes. O objetivo é confirmar as evidências preliminares coletadas nos ensaios anteriores. 
A SpiN-Tec, como foi chamada, começou a ser idealizada em 2020, quando a imunologista Julia Teixeira de Castro iniciou o seu doutorado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Um trabalho científico muito importante para garantir mais segurança a pacientes.
A maioria das vacinas disponíveis atualmente é baseada apenas na proteína spike (S) – um importante componente do vírus que age como uma “chave” para entrar nas células humanas e se replicar – e na geração de anticorpos neutralizantes, responsáveis por inativar o vírus que infecta o organismo. Mas, à medida que a pandemia avançava, especialistas em vigilância começaram a observar diferentes mutações relacionadas à spike, que aumentavam a taxa de transmissão do vírus e causavam um escape desses anticorpos das vacinas e medicamentos.
Estudos indicavam que a proteína do nucleocapsídeo (N) permaneceu praticamente inalterada ao longo do tempo e que ela poderia ser um alvo para o desenvolvimento de uma vacina que produzisse uma imunidade robusta. 
A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes estratégias para preservar a saúde da população e fortalecer uma sociedade saudável e resistente. Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde.
A política de vacinação é responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Estabelecido em 1973, o PNI desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da população brasileira. Por meio do programa, o governo federal disponibiliza gratuitamente no Sistema Único de Saúde - SUS 47 imunobiológicos: 30 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas. Essas vacinas incluem tanto as presentes no calendário nacional de vacinação quanto as indicadas para grupos em condições clínicas especiais.