Tarifaço vai afetar micro e pequenos empreendedores
Professor e especialista em administração e finanças explica sobre danos da taxação de 50%
Os micro e pequenos empreendedores brasileiros serão os mais afetados com a taxação de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos, segundo o professor e especialista em administração e finanças, Robinson Guedes.
“Os empreendedores pequenos e o mercado informal vão sentir mais, porque eles não têm um acesso muito grande na economia. Quem, por exemplo, está no e-commerce, compra e vende mercadorias dos Estados Unidos, vai ser muito prejudicado”, comentou. Já para as grandes empresas, o grande desafio será precificar os produtos. “O empresário que não souber dar o preço correto do seu produto daqui para frente, vai estar cada vez mais propenso a fechar a empresa”, afirmou.
A taxação de 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump, trará grandes consequências ao Brasil, uma vez que os Estados Unidos são o maior mercado consumidor do mundo.
“Ele (Trump) está tentando proteger o mercado americano. Podemos ver que ações já foram tomadas contra o Canadá, México, China, Brasil, países aliados ao Brics. Ele está fazendo as peças se mexerem a seu favor e tirando todo mundo da zona de conforto”, explicou.
A medida trará desemprego, alta na inflação, baixa na margem de lucro e problemas nas cadeias produtivas de aço e ferro, já que os principais produtos exportados são papel, aço, ferro, carne, café e laranja. “Essa carga vai ser danosa para a economia”.
Entretanto, Guedes esclarece que é esperado uma redução de preços dos produtos no Brasil. “O empresário que não vai mais vender para os Estados Unidos por conta das tarifas, vai começar a vender aqui dentro e isso vai trazer efeitos para a economia. Mas, na economia, tudo que é óbvio às vezes não acontece”.
Investimentos
Para este momento de incerteza econômica, o professor orienta para diversificar os investimentos, como dolarizar o patrimônio, comprar ouro, investir em criptomoedas e no Certificado de Depósito Bancário (CDB). “Temos várias possibilidades de investimento, e eu sempre digo, nunca invista em um único tipo de negócio, diversifique. Diversificar é a melhor forma de evitar crises”, finalizou.