Em meio à concorrência com o Uber, Alto Tietê conta com mais de 640 taxistas
Taxistas apontaram queda nas corridas após a chegada dos aplicativos, mas agora momento é de estabilidade
As cidades do Alto Tietê somam mais de 640 taxistas cadastrados, com tarifas e formas de cobrança que variam entre os municípios.
Enquanto alguns mantêm o mesmo número de permissionários há anos, outros registraram pequenas mudanças no último ano, e todos seguem regulamentações próprias para calcular o valor das corridas.
Em Suzano, são 155 taxistas permissionários trabalhando na cidade atualmente. Esse dado permanece inalterado desde 2017. A tarifa da Bandeira 1 é de R$ 4,30 por quilômetro, válida de segunda-feira, às 6h01, até sexta-feira, às 17h59. A Bandeira 2 é aplicada das 18h de sexta-feira até às 6h de segunda-feira. Já a bandeirada custa R$ 5,30 e a hora parada, R$ 50.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito de Mogi das Cruzes contabilizou 161 taxistas autorizados, contra 165 no mesmo período do ano passado. Redução causada por cancelamentos solicitados pelos próprios permissionários. A cobrança é regulamentada pelo Decreto Municipal nº 22.162, de 20 de setembro de 2023, e o valor é apurado por taxímetro aferido por empresa credenciada junto ao Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM/SP).
Em Itaquaquecetuba, a Secretaria de Mobilidade Urbana informou que há 140 motoristas cadastrados para prestação de serviço de táxi, o mesmo número registrado em agosto de 2024. A cobrança é feita por meio de taxímetro, com bandeirada de R$ 5, tarifa de R$ 4 para Bandeira 1 e Bandeira 2, e hora parada a R$ 40.
Já em Ferraz de Vasconcelos, o município conta atualmente com 189 taxistas cadastrados, número que se mantém igual ao registrado em agosto do ano passado. A cobrança do serviço é regulamentada pelo Decreto Municipal nº 6.636, de 2022.
As demais cidades da região não retornaram a demanda até o fechamento dessa matéria.
Opinião dos taxistas
Os taxistas apontaram queda nas corridas após a chegada dos aplicativos, mas agora momento é de estabilidade. Outro ponto destacado foi a diferença do perfil entre passageiros de táxi e de usuários de aplicativos.
Taxista há 20 anos, Edson Rangel disse já ter passado por outras épocas difíceis para quem vive do táxi. “Financeiramente, o serviço compensa, mas vai muito para cada motorista. Eu consegui formar meus dois filhos, tenho minha vida estruturada, meu ponto e meu carro”, contou.
Para ele, a concorrência afetou, mas não paralisou o trabalho. “Depois que entraram o Uber e a 99, o serviço caiu bastante, mas com o passar dos anos a situação vem melhorando. Não sei se é por causa do atendimento dos motoristas de aplicativo ou dos valores que cobram, mas o táxi está voltando devagar”, avaliou. Rangel acrescentou que “os aplicativos são mais usados pela juventude. É comum ver jovens andando de Uber Moto, mas raramente pessoas de 40 ou 50 anos”.
Já o taxista Ailton Fagundes, que também atua na profissão há mais de 20 anos, acredita que o táxi oferece mais segurança do que o transporte por aplicativo. “Eu, o Edson e outros colegas temos mais de 26 anos de trabalho. Nesse tempo, já conquistamos nossos clientes e, como o ele disse, as pessoas mais idosas preferem o táxi. Também é mais seguro, porque no aplicativo você não sabe quem é o motorista. Tem muitos bons, mas também tem outros que agem de má-fé”, afirmou.