Suzano

Coordenadora do Departamento da Mulher vê chances de secretaria

Local tem se mostrado um ponto de apoio para mulheres que enfrentam situação de violência

17 AGO 2025 • POR Yasmin Torres - da Reportagem Local • 20h00
Coordenadora do Departamento da Mulher vê chances de secretaria - Isabela Oliveira/DS

A coordenadora do Departamento da Mulher de Suzano, Maria Margarida Mesquita, fez, nesta terça-feira (12), um balanço das atividades do órgão durante o programa DS Entrevista e acredita na possibilidade de o prefeito Pedro Ishi (PL) criar uma secretaria.

Com um ano e cinco meses de funcionamento, o espaço tem se mostrado um ponto de apoio para diversas mulheres que enfrentam situações de violência. Nele, não são atendidas apenas mulheres vítimas de violência, também são atendidas crianças abusadas, mulheres com problemas de saúde e mães atípicas. O Departamento, inclusive, conta com uma brinquedoteca para receber as crianças enquanto a mãe é atendida. Para Maria Margarida, o primeiro ano foi muito positivo, com o órgão oferecendo orientação e acolhimento. “Muitas vezes, a mulher não quer ir diretamente à Delegacia, ela pode não querer ou não estar pronta para denunciar. No Departamento da Mulher, ela se sente acolhida, nós orientamos juridicamente, fazemos encaminhamentos e ajudamos a recuperar a autoestima”, afirmou.

O espaço não pode pedir medida protetiva, mas pode indicar casos graves para que a mulher faça o boletim de ocorrência e solicite a medida. “Não podemos ajuizar uma ação ou transformar a mulher em cliente. Nosso papel é orientar e encaminhar, garantindo que ela saia mais aliviada”, disse. Ela continuou: “Também podemos encaminhar para acompanhamento psicológico no Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi) ou para outras unidades da rede municipal. Temos uma parceria forte com a OAB, a rede municipal, o gabinete do prefeito, a primeira-dama, o Fundo Social e a Secretaria de Governo”.

Em algumas situações, a vítima pode preferir ir diretamente à Delegacia da Mulher, mas a coordenadora conta que muitas preferem não fazê-lo. “É por isso que criamos o Departamento da Mulher Municipal: quem nos procura recebe apoio para se fortalecer e decidir o que realmente deseja: preparar-se para uma separação ou divórcio, compreender o tipo de violência que está sofrendo, sendo a psicológica uma das mais difíceis de comprovar, e avaliar o grau de desespero em que se encontra”, explicou.

Maria Margarida ainda exemplificou: “Recentemente atendi uma vítima que, inicialmente, procurou o serviço por um problema com a filha. Durante a conversa, ela me disse que tudo que eu estava falando ela já tinha ouvido da psicóloga, então acabei confirmando essas informações. No final, ela me abraçou e chorou muito. É nesses momentos que percebemos que salvamos uma vida, não só a da mulher, mas também a de seus filhos”.

A coordenadora tem expectativas de que, com a boa aceitação e a alta procura, a Prefeitura pense na criação de uma Secretaria da Mulher. “Tenho certeza de que chegaremos a esse ponto. Gostaria que o Departamento já tivesse psicólogo e assistente social próprios, para evitar que a vítima precise repetir sua história em vários lugares. Com estrutura adequada, poderíamos transformar o Departamento em Secretaria, e acredito que o prefeito Pedro Ishi e a primeira-dama Débora vão criar essa secretaria, pois estão muito engajados no tema”, comentou.