Sabesp amplia tratamento de esgoto para mais 69 mil imóveis na região
Companhia atende nove das dez cidades do Alto Tietê
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ampliou o tratamento de esgoto para cerca de 69 mil imóveis do Alto Tietê desde que foi privatizada, em julho do ano passado. A Sabesp atende nove das dez cidades da região, com exceção de Mogi das Cruzes.
No segundo semestre deste ano, a companhia entregou dois grandes empreendimentos para a região: as estações de bombeamento Itaquaquecetuba e Jaguari, que, juntas, podem atender a mais de 44 mil imóveis em Arujá, Itaquá e Suzano.
Além dessas entregas, a Sabesp fez a ligação de mais de 31 mil residências à rede de coleta de esgoto. As novas tubulações alcançaram regiões mais afastadas do Centro em quase 9 mil imóveis em áreas informais e rurais do Alto Tietê.
A companhia também conseguiu atender a mais de 4,4 mil imóveis, que estão em áreas afastadas, com a rede de abastecimento e distribuição de água potável. Ao todo, a Sabesp entregou água potável a mais de 23 mil domicílios no Alto Tietê até novembro.
Estado
Em seu primeiro ano completo de operação após a desestatização, a Sabesp anunciou ter superado as metas contratuais de expansão do saneamento para o biênio 2024-2025, impulsionada por um volume de investimentos sem precedentes e uma aceleração operacional quatro vezes maior em comparação ao período como empresa pública. A companhia segue avançando no compromisso de universalizar os serviços de água e esgoto em 371 municípios até 2029 — quatro anos antes do prazo estabelecido pelo Marco Legal do Saneamento. Todos os resultados serão auditados pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
Desde a privatização, em julho de 2024, a empresa conectou mais de 1,06 milhão de residências à rede de tratamento de esgoto nas 371 cidades atendidas, beneficiando diretamente 2,9 milhões de pessoas. O resultado, segundo o CEO Carlos Piani, valida o novo modelo de gestão e posiciona a Sabesp para enfrentar os desafios futuros, incluindo a ambiciosa meta de realizar mais de 4 milhões de novas conexões até o final de 2026. “Marcamos o primeiro ano deste novo contrato com 100% do alcance das metas, refletindo um trabalho incansável de todos os profissionais da Sabesp. Estamos no caminho certo para alcançar a universalização”, afirmou Piani.
Saneamento para todos
Para sustentar essa expansão, a Sabesp se transformou numa potência de investimento e se tornou a quarta empresa que mais investe no país entre todas as companhias listadas na B3. Nos nove primeiros meses de 2025, a companhia investiu R$10,4 bilhões. Desde que a nova gestão assumiu, em outubro de 2024, foram captados aproximadamente R$18 bilhões para financiar as obras. “A Sabesp é uma empresa muito rentável, mas não gera caixa suficiente para cobrir o volume gigantesco de investimentos necessários”, explica Piani. A estratégia de financiamento é diversificada, combinando capital próprio com recursos de terceiros, por meio de debêntures locais, debêntures incentivadas e a emissão de bônus no mercado internacional, garantindo flexibilidade para captar nas melhores condições.
O ritmo das obras é um dos principais indicadores do sucesso da nova fase. A companhia conecta, em média, 2.400 domicílios por dia. “Para efeito de comparação, o Programa Novo Rio Pinheiros, um dos maiores projetos de saneamento da história de São Paulo, levou três anos e meio para conectar 650 mil domicílios. Nós fizemos esse mesmo número em apenas 10 meses”, destacou o CEO. Esse esforço é sustentado por uma força de trabalho massiva, com mais de 32 mil trabalhadores indiretos nos canteiros de obras, número que deve chegar a 40 mil no pico das atividades. Os resultados detalhados da expansão mostram que, além do tratamento de esgoto que alcançou 1,06 milhão de lares, a coleta de esgoto foi estendida para 762 mil residências, beneficiando 2,07 milhões de pessoas, e o abastecimento de água tratada chegou a 645 mil novos imóveis, impactando 1,75 milhão de vidas.
Os resultados ambientais já são visíveis. A mancha de poluição no Rio Tietê diminuiu em 33 quilômetros, uma redução de 15,9% em um ano, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. Dos 63 bilhões de litros de esgoto que eram despejados por mês sem tratamento adequado – o equivalente a 25 mil piscinas olímpicas –, a Sabesp já conseguiu tratar 10 bilhões de litros, um avanço crucial para a recuperação dos corpos d'água do estado.
Com a desestatização, foram quase 163 mil residências ligadas à rede de esgoto e mais de 105 mil conectadas ao sistema de distribuição de água em zonas afastadas do centro, com moradias informais ou áreas rurais. Isso significa que aproximadamente mais 285 mil pessoas dessas áreas passaram a contar com água tratada e mais de 443 mil a ter seu esgoto coletado, substituindo fossas artesanais e o descarte irregular de resíduos.
Com as metas iniciais superadas, o desafio se torna ainda maior. Para 2026, a Sabesp precisa realizar mais de 2 milhões de novas conexões, totalizando mais de 4 milhões acumuladas desde 2024. Piani reconhece que a fase final do processo será a mais difícil, pois envolve as ligações mais remotas e complexas. O sucesso do modelo de gestão, que combina metas ambiciosas com uma estrutura de financiamento robusta, pode, segundo ele, servir de exemplo para outras regiões do Brasil que ainda enfrentam um grande déficit de saneamento. “Nosso sucesso pode servir de case para outros estados. Acreditamos que nosso desempenho vai influenciar outros a adotarem modelos semelhantes”, concluiu.
Para proteger o consumidor final das correções tarifárias relativas ao alto volume de investimentos, o modelo contratual previu a criação de um mecanismo financeiro inédito: o Fundo de Apoio à Universalização (FAUSP). O mecanismo foi criado com um aporte inicial de R$4,4 bilhões do governo de São Paulo, correspondente a 30% dos recursos obtidos com a venda de sua participação na Sabesp. Além disso, o fundo é continuamente alimentado com 100% dos dividendos futuros da participação remanescente de 18% do governo do Estado na companhia. Na prática, o FAUSP e outras mudanças regulatórias permitiram à Sabesp ter a receita necessária para os investimentos, com um aumento tarifário regulatório superior a 10%, enquanto o reajuste para o consumidor final é amortecido, ficando próximo à inflação, em 6,11% no último período. “O governo criou esse mecanismo para garantir que a tarifa ao consumidor não suba mais do que subiria no modelo público. É uma engenharia que permite amortecer o impacto tarifário, especialmente no início, quando os investimentos são maiores”, esclarece Piani.
O cumprimento das metas contratuais da Sabesp em direção à universalização do saneamento em São Paulo pode ser acompanhado por meio do site da companhia: sabesp.com.br/acompanheofuturo.
Balanço das 371 cidades atendidas
Água
645.749 conexões de água [meta geral de 435.844]
540.710 em áreas urbanas + 105.039 em áreas informais ou rurais
Esgoto
762.601 conexões à rede de coleta de esgoto [meta geral de 588.427]
598.967 em áreas urbanas + 163.634 em áreas informais ou rurais
1.060.881 domicílios com tratamento de esgoto