Em mais um dia de turbulência no mercado financeiro, a moeda norte-americana teve forte alta ontem e, pela primeira vez em 12 anos, fechou acima de R$ 3,40. O dólar comercial subiu R$ 0,054 (1,59%) ontem e encerrou o mês vendido a R$ 3,425, no maior valor desde 20 de março de 2003 (R$ 3,478). Com a sessão de ontem o dólar acumula em 2015 alta de 28,8% em 2015. Apenas em julho, a cotação subiu 10,2%, na maior alta mensal desde março, quando a divisa tinha subido 11,7%. Desde que a equipe econômica anunciou, na semana passada, a redução para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública), o dólar passou a subir. Segundo economistas ouvidos pela reportagem, a possibilidade de o País perder o grau de investimento das agências de classificação de risco tem pressionado o câmbio. A alta do dólar ocorreu no dia em que o Banco Central divulgou que as contas do setor público (veja matéria ao lado) tiveram déficit primário de R$ 9,3 bilhões em junho, o pior resultado registrado para o mês no País. Diferentemente dos últimos dias, em que fatores externos contribuíram para a alta do dólar, a cotação não subiu em relação às principais moedas do mundo. Ontem, o dólar caiu em relação ao euro, depois terem sido publicados dados econômicos que mostram a estabilidade da inflação na zona do euro e a redução do ritmo de crescimento dos salários nos Estados Unidos.