Mesmo com os acionistas de parte das concessionárias de rodovias do País envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), o governo não espera uma redução significativa dos investimentos dessas empresas este ano. A estimativa é que as rodovias federais recebam R$ 5,2 bilhões em melhorias. Trata-se de uma ajuda importante, num momento em que o governo se vê forçado a cortar os investimentos por causa do ajuste fiscal. Com orçamento restrito, a opção para reaquecer a economia são os investimentos privados. O cálculo é conservador, segundo informam técnicos da área. A cifra pode ficar maior, porque os custos das obras aumentaram. Mas, no momento, ela está abaixo dos R$ 5,8 bilhões registrados em 2014. Esse foi um ano em que as concessionárias que arremataram lotes na primeira fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL), cujos leilões ocorreram em 2012 e 2013, correram para concluir pelo menos 10% das obras de duplicação e ganhar, assim, o direito de recolher pedágio. Das seis concessões dessa etapa, duas já iniciaram a cobrança: a MGO, que opera um trecho da BR-050 no Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais, e a Concer, que administra trechos das BRs-060, 153 e 262 na mesma região. A primeira já investiu R$ 330 milhões na concessão, sendo R$ 290 milhões em obras e outros R$ 40 milhões em gastos operacionais. A segunda investiu R$ 280,5 milhões de 2014 até o primeiro trimestre deste ano. Mas a estimativa da ANTT não leva em conta só as rodovias concedidas no PIL. Estão no cálculo os investimentos em rodovias federais concedidas desde 1995. Apenas a Arteris, que arrematou a concessão de cinco lotes rodoviários no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), pretende investir R$ 1,7 bilhão este ano. Estão na lista obras emblemáticas, como as duplicações da Régis Bittencourt na Serra do Cafezal, em São Paulo, e da Avenida do Contorno em Niterói, no Rio. Outra concessão mais antiga, a da rodovia Presidente Dutra, deverá receber R$ 250 milhões em investimentos este ano, informa a concessionária CCR NovaDutra. Entre as obras mais importantes estão a construção de um trevo de acesso à Avenida Jacu-Pêssego e a construção de 4,5 km de pista marginal, ambas na Capital paulista. Também há previsão da recuperação, alargamento e reforço de 38 pontes em todo o trecho rodoviário.