O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, foi evasivo ao ser questionado ontem sobre quais as saídas o governo deve buscar para o rombo no Orçamento de 2016 provocado com o reajuste do salário mínimo.
"Tudo isso está sendo equacionado pelo Ministério do Planejamento", limitou-se a responder, após reunião com o ministro do Planejamento, Valdir Simão.
Ontem, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que aumenta o salário de R$ 788 para R$ 880 a partir de 1º de janeiro. O custo do reajuste para o governo será de R$ 30,2 bilhões, sendo que R$ 2,9 bilhões não estão previstos na Lei Orçamentária Anual de 2016 e precisarão ser equacionados.
Rossetto afirmou que o encontro com Simão foi uma reunião de trabalho e que nela foi debatida a eficiência de gestão e Previdência Social.
MUNICÍPIOS
O aumento de 11,67% do salário mínimo vai ter um impacto de mais de R$ 3 bilhões sobre os cofres das prefeituras brasileiras no ano que vem, segundo informou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkowski, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Somados a outros rombos nas contas dos municípios, a questão preocupa, alerta ele.
Ziulkowski lembra que os reajustes dados ao magistério, por exemplo, têm impacto previsto de mais de R$ 8 bilhões sobre as prefeituras, além de repasses atrasados de programas de investimentos custeados pela União, que acumulam um passivo de mais de R$ 36 bilhões.
"Se somar tudo isso, dá mais que um petrolão, mas ninguém olha. Na hora de aumentar o salário mínimo, dar aumento para o professor, todo mundo quer e é justo querer valorizar, mas tem que ver como o prefeito vai pagar", disse o presidente da CNM à reportagem.