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Jornal Diário de Suzano - 08/11/2025
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Opinião

O que a gente não entende, a gente não enxerga

05 novembro 2025 - 13h38Por Thiago Adriano

Nunca fomos tão bombardeados de informações. Dados, opiniões, previsões, tecnologia por todos os lados. Mas o acesso não significa entendimento. Estar informado não é o mesmo que interpretar, questionar e agir com intenção.

A diferença entre quem percebe oportunidades e quem apenas acompanha o movimento do mundo está na profundidade das referências que escolhe construir.

Tecnologia, geopolítica, novos modelos de negócios, inteligência artificial, cultura: tudo se transforma diante de nós. Ainda assim, muitos passam pela superfície, enquanto poucos enxergam as engrenagens que movem as mudanças.

E o que a gente não compreende, a gente não identifica. Sem isso, não conseguimos enxergar faíscas de transformação. Sem repertório, até o cenário mais promissor soa trivial. Sem curiosidade, mudanças estruturais parecem modismos. Sem interesse verdadeiro, inovação vira buzzword, não direção.

Pessoas que lideram movimentos,  dentro ou fora de organizações, não se destacam por “terem ideias”, mas pela capacidade de notar o que a maioria não percebe. Leem, investigam, conectam pontos, se provocam. 

Não aguardam o futuro para reagir; desenvolvem agora as lentes que lhes permitem reconhecê-lo antes dos outros.

E isso vale tanto para quem empreende quanto para quem intraempreende. Afinal, intraempreender é enxergar caminhos onde o padrão é a repetição. É propor alternativas onde existe inércia. É transformar a partir de dentro, com disciplina, visão e coragem. Mais do que iniciativa, é foco estratégico.

Reconhecer oportunidades não é um talento inato. É uma habilidade treinada ao longo do tempo. Requer humildade para aprender sempre, disposição para questionar o confortável e ambição para criar o que ainda não existe. Sobretudo quando o ambiente parece estável demais.

Curiosidade ativa, leitura de contexto e atenção genuína transformam o que parece comum em vantagem competitiva.

Porque, se a gente reparar, as melhores oportunidades raramente estão escondidas. Muitas vezes estão na frente de todo mundo e só saltam aos olhos de quem observa com intenção e tem paixão por conectar ideias.