O delegado Rubens José Ângelo, do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) de Mogi das Cruzes, disse nesta quarta-feira, 27, que um dos guardas municipais que atirou e matou dois ambulantes e feriu um terceiro ao reagir a um assalto, no dia 12 de outubro, em um posto de combustível, em Itaquaquecetuba, irá ser indiciado por quatro crimes: duplo homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal e abuso de autoridade. O DS procurou a defesa do agente, mas não obteve retorno.
A decisão de indiciá-lo veio a partir do resultado de laudos necroscópicos dos ambulantes mortos e o de corpo de delito do sobrevivente. Também pesou para a tomada do indiciamento as imagens do dia do crime.
"Aguardavámos a chegada dos laudos para a tomada da decisão. O formal indiciamento vai ao encontro do que foi apurado, com base nas provas", pontuou o delegado. O guarda municipal, que está afastado das funções, irá responder em liberdade por enquanto.
Ângelo ainda explicou que, em relação ao segundo guarda municipal, a conduta apontou legítima defesa. "Ele não atingiu ninguém. Atirou na direção dos roubadores, que, posteriormente, foram identificados", diz.
Entenda o caso
Em 12 de outubro, bandidos tentaram roubar dois guardas municipais de Itapecerica da Serra. Eles estavam com as respectivas companheiras. O alvo dos bandidos era a moto de um deles. Houve reação e troca de tiros. Duas pessoas foram mortas e duas presas. O desfecho do caso, porém, apontou que, na realidade, os mortos eram inocentes.
Rodinei Alves dos Reis, 33 anos, e Bruno Nascimento Souza, 32 anos, morreram. Já Kaue Oliveira Francisco, 21 anos, o terceiro ambulante inocente, foi preso injustamente e solto dias depois, após a polícia comprovar que ele não teve qualquer relação ao assalto. Um suspeito de tentar roubar os guardas foi preso. O segundo está foragido.
Familiares e amigos dos ambulantes realizaram um protesto, em busca de respostas e justiça.