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Jornal Diário de Suzano - 18/04/2024
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Takedown

Polícia encontra em Mogi grupo que fraudava operadoras de televisão e internet

Envolvidos estavam divididos em três grandes grupos: Núcleo Mogi, Núcleo Osasco e Núcleo São Paulo. Pelo menos 22 pessoas integravam essas células

19 abril 2018 - 09h28Por Marcus Pontes - da Região
O Departamento Estadual de Investigações Criminiais (Deic) deflagrou nesta quinta-feira (19) megaoperação contra um grupo responsável por fraudes em duas grandes operadoras de canais e internet por assinatura. Ao todo, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. Um dos alvos da operação foi um comércio de materiais de construção, localizado em César de Souza, em Mogi das Cruzes. A ação denominada 'Takedown' foi desenvolvida simultâneamente na Capital, Barueri, Jandira e Osasco. 
 
De acordo com a investigação, o esquema permitia livre acesso a servidores das empresas. Isto permitia que a quadrilha captasse novos assinantes e, também, fizesse alterações da base de valores dos pacotes. A fraude conseguia reduzir em 90% o valor lançado em boletos oficiais. Com isso, o grupo conseguia criar uma linha de pagamento própria. A polícia estima que os prejuízos atingem a marca R$ 3 milhões.
 
Segundo a polícia, a operação Takedown - termo usado no sentido de derrubar uma grande estrutura - foi preparada a partir de apurações feitas por policiais da 4ª Delegacia de Investigações de Crimes Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG) durante 12 meses. Ao longo desses meses, os policiais descobriram que o esquema tinha como ponto de partida uma firma em Barueri, que oferece soluções de informática.
 
O cerco ao grupo foi iniciado a partir da descoberta de um ex-funcionário de alto escalão de uma das operadoras. Ele criou em um servidor próprio uma linha de acesso ao banco de dados dos clientes da antiga empresa. O login e senha permitiam alterar as fichas cadastrais e as mensalidades dos assinantes. Os interessados em operar no paralelo desembolsava de R$ 3 mil a R$ 5 mil por um pacote de 15 dias de fraudes.
 
O esquema atraiu proprietários de firmas especializadas em instalação de equipamentos de televisão e informática, que passaram a oferecer planos mais acessíveis das operadoras. Segundo o delegado da 4ª DIG, José Mariano de Araújo Filho, os envolvidos estavam divididos em três grandes grupos: Núcleo Mogi, Núcleo Osasco e Núcleo São Paulo. Pelo menos 22 pessoas integravam essas células.
 
"Mesmo assinantes legítimos das empresas eram enganados, porque acreditavam que estavam tratando com um representante autorizado que podia fazer as alterações", explicou.
 
O delegado também encontrou outro problema. O esquema também podia inserir qualificações falsas de clientes, popular fantasma, gerando um mercado de captação de golpistas os quais teriam acesso a internet para realizar fraudes e dificultando o rastreamento do envolvido.
 
A operação conta com 132 policiais e 52 viaturas.