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Condemat

Consórcio do Alto Tietê recebe vice-rei da Nigéria e cônsul do Egito e fortalece relação com continente africano

Região vai sediar festival africano com programação cultural e comercial; autoridades destacam alto índice de população afrodescendente e potencial local

30 agosto 2019 - 21h53Por Da região

A direção do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) anunciou nesta sexta-feira (30/08) que a Região irá sediar um Festival Cultural e Econômico da África com o objetivo de fortalecer os laços de irmandade e explorar o potencial de negócios do Continente Africano. A iniciativa se apoia no fato de mais da metade da população local (assim como do Brasil como um todo) ser afrodescendente e do Alto Tietê produzir praticamente tudo que os países da África importam hoje do mundo, de alimentos a veículos e medicamentos.

O anúncio do festival foi feito pelo presidente do Condemat, prefeito Rodrigo Ashiuchi, no seminário que abordou as oportunidades de negócios do Continente Africano e o Acordo de Livre Comércio, numa realização em parceria com a AfroChamber – Câmara de Comércio Afro-Brasileira. O evento teve as presenças do vice-rei da Nigéria, Otunba Adekunle Aderonmu, e do cônsul do Egito em São Paulo, Mohamed Elktatib.  A expectativa é de que o evento seja realizado ainda neste ano.

“O festival do continente africano é o pontapé inicial para fortalecer essa relação cultural e comercial com a África, com quem temos laços de sangue e história. Estamos diante de uma grande oportunidade”, ressaltou o presidente Ashiuchi, ao lado dos prefeitos José Luiz Monteiro, de Arujá; Vanderlon Oliveira Gomes, de Salesópolis; e Fábia Porto, de Santa Isabel.

O Continente Africano é formado por 55 países e tem uma população de 1,5 bilhão de habitantes. Cresce a uma média de 3,5% ao ano (alguns dos seus países chegam a 15%) e uma das principais vantagens destacadas em relação ao Brasil está na localização. A distância para a circulação de produtos brasileiros é de sete dias, enquanto para outros países, com quem tem negócios, é de 25 dias.

“Hoje estamos falando de números e oportunidades de negócios, que é muito pouco explorado. Nós precisamos do Brasil e vice-versa. Tudo que dá certo no Brasil, dá certo na África. Mas não podemos esquecer que 54% da população brasileira é de afrodescendentes, que precisam conhecer sua origem e quebrar barreiras”, disse o vice-rei da Nigéria, que é também embaixador da paz e presidente do Centro Cultural Africano.

O cônsul do Egito também ressaltou as chances de negócios, impulsionadas principalmente pelo Acordo de Comércio Livre que o Egito tem com os países do Mercosul desde 2017 e que oferece vantagens tributárias e burocráticas para a corrente comercial.

“Vamos organizar uma missão empresarial das 11 cidades do Alto Tietê a países da África porque temos muito a avançar nas relações comerciais”, garantiu o cônsul.

O presidente da AfroChamber destacou o potencial do Alto Tietê, que responde por mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo e possui uma localização estratégica. E falou do interesse em abrir um canal para que as empresas da Região possam ter oportunidades de negócios com o Continente Africano.

“Existem oportunidades de negócios na África. A China já entendeu isso, assim como as nações europeias. O Brasil produz tudo que eles fazem, mas não está lá”, constatou.

Atualmente, os blocos asiático e europeu são os que mais dominam o mercado africano. A China, por exemplo, é o país que mais vende para o Continente Africano (16%). O Brasil, por sua vez, é 18º fornecedor. Na mão inversa, a China também é o maior importador de produtos africanos, enquanto o Brasil nem aparece no ranking.

“Os números mostram claramente que a África é mais importante para nós do que nós somos para ela, do ponto de vista de comércio bilateral. Está na hora de mudar isso”, afirmou o economista-chefe da AfroChamber, Valdemar Camata Junior, ao divulgar que o Brasil exporta açúcar, carne, cereais, minérios, veículos, máquinas mecânicas, tabaco, sementes, frutas, grãos, ferro e aço. Na contramão, importa combustíveis e fertilizantes. “A África consome 3,8% das nossas exportações, mas nós só compramos 1,6%.  Como ter uma relação bilateral desta forma”, questionou.

Ricardo Latkani, vice-presidente da AfroChamber, falou sobre as questões logísticas que envolvem as relações comerciais e das facilidades que existem com a Namíbia, localizada na África Austral e porta de entrada para o Brasil. Citou, entre as facilidades, o fato dos africanos “adorarem” os brasileiros e lançou o desafio da integrar as cidades do Alto Tietê com as municipalidades africanas.

“Fazer negócio com a África não é difícil e o Alto Tietê tem, a seu favor,  produção agrícola e industrial e uma logística completa”, frisou Latkani.

O evento contou com a participação de prefeitos e representantes das prefeituras das 11 cidades do Alto Tietê, além de empresários.

 

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