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Jornal Diário de Suzano - 20/04/2024
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Região

Deputados cobram apuração e punição sobre auxílio indevido a servidores

Parlamentares lamentam pagamentos ilegais, defendem investigação e pedem devolução do emergencial

27 junho 2020 - 10h30Por Daniel Marques - de Suzano
Os deputados estaduais da região veem como “inadmissível” que 646 servidores públicos estaduais e municipais do Alto Tietê tenham recebido o auxílio emergencial de R$ 600 de forma ilegal. Eles defendem investigação e punições aos servidores que se aproveitaram da situação.
 
O caso foi denunciado pelo DS na edição de ontem. Levantamento, feito junto à Controladoria Geral da União (CGU), mostra que o repasse aos servidores da região chega a R$ 775,5 mil. Suzano encabeça a lista, com 211 servidores beneficiados.
 
Líder do PSL na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Rodrigo Gambale fez duras críticas aos servidores que se aproveitaram do momento de pandemia no País para receberem o auxílio de forma ilegal.
 
“Não adianta falar que o governo foi errado. Para mim, são as pessoas que agem de má fé e acabam não pensando no próximo. Querem tirar proveito para si de uma situação onde o governo encontra uma fragilidade”, afirmou o deputado.
 
“Para fazer uma triagem maior, você precisa ter uma quantidade de mão de obra muito grande, e em momento de pandemia é inviável. Acredito que nos casos confirmados (de irregularidades), as pessoas precisam ter algum tipo de punição. É um auxilio emergencial, onde há categorias e quem pode ou não fazer parte. Burlar o sistema é uma ilegalidade”, prosseguiu Gambale.
 
O deputado Estevam Galvão (DEM) defende uma fiscalização “ágil, séria e competente” para a situação e pediu para que o dinheiro pago de forma indevida seja entregue a quem realmente precisa. 
 
“É inadmissível que em um momento de tanta dor, de tanta gente passando necessidades de todos os tipos, nos deparemos com notícias como estas. Ao final, os recursos não chegam a quem mais precisa e isso representa fome, miséria e privação. Que os erros sejam corrigidos, os valores pagos indevidamente devolvidos e quem mais precisa de ajuda, seja atendido”, afirmou Estevam.
 
O deputado estadual André do Prado (PL) defende uma investigação sobre o caso por parte da CGU. 
 
“O auxílio emergencial do governo federal era destinado àqueles que perderam sua renda por conta da pandemia do novo coronavírus. É fundamental que as autoridades verifiquem as irregularidades cometidas e punam os envolvidos. (A CGU) tomará as medidas necessárias para que as pessoas que receberam indevidamente o auxílio emergencial restituam o erário e sofram as punições adequadas”, afirmou o deputado.
 
Assim como ele, o deputado Marcos Damasio (PL) também acredita que haverá punição aos servidores que receberam o auxílio ilegalmente. “Estes repasses, com certeza, serão investigados por quem tem competência e condições para isso, incluindo a própria Caixa Econômica Federal, que é o agente pagador”, disse Damasio.
 
Sindicato culpa governo federal pelo erro em pagamentos
 
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Suzano, Cláudio Aparecido dos Santos, o Ted, disse que a culpa pelos servidores terem recebido o auxílio emergencial de R$ 600 é do governo federal e da Caixa Econômica Federal.
 
Ele afirmou que o sindicato não tem relação com o problema, porque “quem liberou o dinheiro foi o governo federal”, e que por isso, a associação não vai adotar nenhuma medida contra os servidores beneficiados ilegalmente. 
 
O presidente ainda afirmou que se o dinheiro entrasse na conta dele, também gastaria.
 
“O sindicato não tem nada a ver com isso, quem liberou foi o governo federal. Se liberou, como posso saber quem foram os oportunistas de plantão? Não fomos nós. Não sabemos do que se trata. Quem tem que ver é o governo federal, eles que liberaram”, disse.
 
Medidas
 
O presidente do sindicato ainda disse que a associação vai tomar medidas contra o governo, por ter feito o pagamento de forma irregular a 211 servidores de Suzano. 
 
No entanto, para ele, os servidores que entraram na lista de beneficiários estavam “dentro do padrão” para o governo.
 
Não acredita
 
Ted ainda disse não acreditar que os trabalhadores públicos beneficiados tenham omitido informações para receberem o benefício. 
 
“Nenhum servidor público iria fazer uma bobagem desta. Para mim, é erro do governo federal, e não tem que questionar o servidor, não”, afirmou Ted.
 
O presidente do sindicato prosseguiu com o posicionamento, mesmo ao ser questionado se teria sido um erro por parte dos servidores acessar o aplicativo e solicitar o benefício.
 
“O erro foi do governo federal. Não é boa a situação, mas o servidor pediu. O ‘não’ ele tinha. O governo liberou. Agora, a única coisa que pode acontecer, se ele não tinha direito, é a devolução. Só isso. Mas erro do governo federal e da Caixa. Eles que estavam com o controle na mão para liberar. Tinham que fazer as devidas verificações”, disse o presidente do sindicato.
 

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