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Jornal Diário de Suzano - 25/04/2024
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Aniversário de Mogi

Marcus Melo: ‘Administrar é um desafio diário’

Em entrevista do DS, prefeito de Mogi afirma que a cidade avançou muito nos últimos 20 anos. “Tivemos boas administrações municipais”

31 agosto 2018 - 23h58Por Edgar Leite - de Mogi
Mogi das Cruzes comemora neste sábado (1º) 458 anos. O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo (PSDB), fez um balanço de seu trabalho, falou dos desafios e deixou uma mensagem aos mogianos, em entrevista ao DS. 
 
DS: Mogi das Cruzes é uma das cidades do Alto Tietê que mais avançou em todos os setores, mas em contrapartida, as necessidades da população também aumentam na mesma proporção. Quais são os setores do município onde é preciso injetar mais investimentos e atenção do poder público? 
 
Marcus Melo: Mogi das Cruzes avançou muito nos últimos 20 anos. Tivemos boas administrações municipais, com os ex-prefeitos Junji Abe e Marco Bertaiolli, que foram responsáveis pela implantação de uma série de novos equipamentos públicos. Na prática, a rede de saúde pública dobrou de tamanho. Foram construídas duas UPAs e um Hospital Municipal. Isso ampliou o atendimento à população, mas implicou também em um aumento considerável do custeio. Hoje, trabalhamos para manter a qualidade desses serviços, que recebem pessoas de toda a região, e é preciso continuar avançando. As áreas de saúde, educação, segurança, transportes e mobilidade urbana são fundamentais e exigem cada vez mais recursos, pois a população também cresce e precisa ser atendida.
 
DS: Qual é o grande presente de aniversário que o senhor gostaria de dar a população de Mogi das Cruzes caso fosse possível hoje?
 
Melo: Vivemos uma situação difícil no Brasil atualmente. A maior parte dos impostos pagos pela população vai para Brasília e uma pequena parcela retorna para a cidade, em forma de investimentos. É por isso que as cidades enfrentam dificuldades para realizar obras, pois o dinheiro não chega. Vivemos este desafio não apenas em Mogi das Cruzes, mas em todo o Brasil, e gostaria muito que esta realidade mudasse, pois acredito que a descentralização dos recursos seria responsável por ótimos resultados práticos, pois os prefeitos vivem o dia-a-dia dos municípios e sabem o que é preciso fazer
 
DS:A área da saúde avançou bastante com a construção do Hospital Municipal Waldemar Costa Filho construído com recursos municipais e ajuda do Estado, o que falta fazer? Fala-se muito numa Maternidade Municipal. Como a Prefeitura de Mogi tem tentado viabilizar isso?
 
Melo: Realmente o Hospital Municipal ajudou a melhorar o atendimento na cidade, principalmente nos distritos de Braz Cubas e Jundiapeba. Era uma necessidade do município, mas, assim que os serviços começam a ser prestados, a demanda cresce e é preciso seguir ampliando, é assim de forma contínua. A Santa Casa de Mogi das Cruzes realiza um trabalho importantíssimo no atendimento da saúde, mas especificamente na área de maternidade existe uma sobrecarga. Nós atendemos pacientes de Mogi das Cruzes e também de outras cidades, por isso há a necessidade de se construir uma Maternidade Municipal. Já identificamos o prédio e a localização ideais: é o edifício que abrigou o antigo Fórum de Braz Cubas, que fica em uma região de fácil acesso. Já conseguimos a liberação do imóvel junto ao Governo Estadual, estamos trabalhando no projeto e, futuramente, na busca de recursos para a construção. Vamos investir também na construção de uma nova UPA. 
 
DS: Apesar das grandes obras viárias, Mogi ainda é cortada pela linha do trem e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) já prometeu investimentos, inclusive nas estações de trens da cidade, mas a cidade vizinha Suzano conseguiu uma nova estação totalmente remodelada. Porque Mogi não consegue ter o mesmo investimento e atenção do Estado?
 
Melo: No dia 24 de agosto, eu participei de uma reunião com o presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Paulo de Magalhães Bento Gonçalves, e cobrei melhorias para as estações de Mogi das Cruzes. Saímos com a informação de que os projetos serão finalizados. O que queremos são estações melhores, com acessibilidade e segurança para que tenhamos um serviço melhor para os mogianos. A nova estação de Mogi das Cruzes faz parte dos investimentos previstos para serem realizados na região central da cidade e será construída nas proximidades do Terminal Central. A estimativa é que sejam investidos cerca de R$ 80 milhões. No projeto inicial, a nova estação será deslocada em cerca de 150 metros e ficará em frente ao Terminal Central, de onde partirá uma passarela para que os usuários acessem as plataformas ou atravessem a linha férrea. 
 
DS: Na área da segurança pública, o município sempre ajudou as polícias Civil e Militar e tem uma Guarda Municipal atuante, mas não armada, o que já é realidade em outras cidades da região. Quando Mogi terá uma guarda municipal armada e o senhor acredita que assim a falta de segurança será amenizada ou este não é o caminho?
 
Melo: A segurança pública é um dever do Governo do Estado, mas aqui em Mogi das Cruzes damos total apoio para que este trabalho seja realizado, ajudando os policiais. Estamos reforçando a Guarda Municipal, com novas viaturas e homens, e a corporação vem desempenhando funções como a Patrulha Rural e a Patrulha Maria da Penha, com ótimos resultados. Armar a Guarda é um processo que já está em andamento: os guardas já passaram por avaliação psicológica e atualmente aguardamos a doação de armas, que será feita pela Polícia Civil. Mas há outros investimentos em andamento, como a ampliação das câmeras de monitoramento. Hoje são mais de 300 câmeras pela cidade e vamos instalar mais 22. 
 
DS: A instalação de radares é sempre polêmica. Recentemente o secretário de Transportes anunciou novos radares e houve muitas reclamações, inclusive nas redes sociais. A instalação imediata foi suspensa e se criticou a chamada 'indústria da multa'. É possível melhorar as ações de trânsito sem os chamados radares?
 
Melo: A frota de veículos cresce diariamente e as ruas continuam as mesmas, no caso de Mogi das Cruzes as vias do Centro possuem séculos de história. Temos ônibus, caminhões, vans, bicicletas, carros de passeio... Nosso objetivo é que os motoristas e pedestres tenham segurança e reduzir ao máximo ocorrências como acidentes, principalmente os fatais. Somente neste ano, 36 pessoas morreram em acidentes de trânsito na cidade. É um número alarmante, que precisa ser reduzido. Estamos iniciando mais uma etapa do Programa Mogi Pela Vida, com uma série de ações educativas envolvendo toda a sociedade, além de medidas preventivas, como nova sinalização de trânsito. 
 
DS: Quais são as suas perspectivas com o futuro sendo o prefeito de uma cidade pujante como Mogi? O pior já passou, em termos de apertar o cinto, frear novos gastos e investimentos?
 
Melo: Administrar uma cidade é um desafio diário. Temos que cortar gastos sempre, cuidar de cada centavo, investir corretamente e ter um planejamento preciso. No ano passado enfrentamos a pior crise financeira dos últimos tempos. Cortamos despesas, renegociamos contratos, enxugamos todas as despesas (até mesmo programando milhares de impressoras da Prefeitura para imprimir automaticamente na cor preta). 
 
DS: Qual a mensagem que o senhor deixa para a população de Mogi faltando um pouco mais de dois anos para encerrar a sua atual gestão?
 
Melo: Estamos trabalhando muito, temos uma preocupação muito grande com o futuro de Mogi das Cruzes e a cidade continuará mantendo a característica que sempre a marcou: de ser um município com ótima qualidade de vida e, ao mesmo tempo, próximo de São Paulo, com todo o progresso que isso significa.
 
DS: Como pretende deixar a Prefeitura de Mogi das Cruzes? Qual será a grande obra que caracterizará a gestão Marcus Melo?
 
Melo: Não uma obra especificamente, mas um conjunto de obras e serviços. Vamos manter a qualidade dos serviços públicos em Mogi das Cruzes. Quero que a cidade seja sempre um lugar agradável e ao mesmo tempo dinâmico, com oportunidades e crescimento para todos.

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