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Região

Natural de Ferraz, jornalista na Argentina conta rotina de isolamento

Paulo Ribeiro conta dia a dia em Buenos Aires durante quarentena

05 abril 2020 - 15h39Por Nayara Francesco - da Região
O mundo está de quarentena na tentativa de frear a proliferação do novo coronavírus (Covid-19). Na Argentina, o governo de Alberto Fernández anunciou no último domingo a prorrogação das medidas de distanciamento social para até dia 12 de abril, quando acaba a Semana Santa. O isolamento, obrigatório no país, estava previsto para acabar no dia 31 de março. 
 
Natural de Ferraz de Vasconcelos, o jornalista e editor do portal esportivo Bola Vip, Paulo Ribeiro vive há 13 anos em Buenos Aires, capital da Argentina. Buenos Aires é a cidade na Argentina que mais registra casos do novo coronavírus, segundo relatório diário do Ministério da Saúde argentino. 
 
A Argentina contabiliza mais de 800 casos confirmados do Covid-19 e 20 mortes. Desde antes do decreto de quarentena anunciada pelo governo, no dia 20 de março, Paulo já estava em isolamento há três dias pela empresa em que trabalha. 
 
“Dia 20 de março o governo decretou a quarentena obrigatória. Pela primeira vez na Argentina, ou depois de muitos anos, essa decisão foi tomada com grande unanimidade por todos os setores políticos e foi bem visto por todo o país”, comentou. 
 
O jornalista detalhou para o DS Entrevista que o governo está realizando uma quarentena mais severa. 
 
“A quarentena aqui está sendo obrigatória, com policiamento nas ruas. O governo tem uma política de ‘mão dura’ , um policiamento firme. Até o dia de hoje (quarta-feira, 25) são 1.229 presos por descumprir o decreto de quarentena. Hoje há mais presos por descumprir a quarentena do que casos de coronavírus confirmados’, analisou. Ele ainda diz que existem muitas outras pessoas que foram autuadas por não ficarem em casa, como recomendado pelo governo. 
 
O anuncio do decreto, como contou Paulo, foi no dia 19 de março às 21 horas. O governo divulgou que a meia noite do dia 20 a quarentena estaria em vigor. “Muitas pessoas foram pegas de surpresa. As primeiras prisões, acredito que estão relacionadas com isso. Mas, depois teve muita gente que tentou burlar esse decreto e ir para a praia, não viram isso como uma medida séria, encararam como se fosse um feriado”, relatou. 
 
No dia 24 de março, a Argentina comemorou o Dia Nacional da Memória pela Justiça e Verdade, lembrando a ditadura que matou mais de 30 mil pessoas. “Então como foi um feriado prolongado, de sábado a terça-feira as pessoas saíram de suas casas”, emendou.
 
Diferente do Brasil, na Argentina o controle vai além do comércio, com medidas mais brandas para os cidadãos não saírem de casa. “Aqui na capital existe um controle grande, como por exemplo, os comércios funcionam das dez horas da manhã até as oito horas da noite, e você pode sair, mas só se for bem próximo de sua casa para comprar coisas básicas, como supermercado e farmácia. Mas, para circular nas ruas você precisa de uma autorização do governo”, detalhou a rotina. Paulo ainda acrescentou contando que o transporte público está parado e o controle de automóveis está cada vez mais rígido. 
 
“Sem autorização escrita você não pode circular. As pessoas que trabalham em serviços essenciais precisam desse documento para poder saírem de casa. No início tínhamos que entrar no site do governo e imprimir uma autorização especial. Agora já existe um aplicativo para fazer a solicitação”, especificou. 
 
Assim como no Brasil, e na maioria dos países da América Latina, a Argentina também não possui recursos para atender pacientes cometidos com a Covid-19. “No caso da Argentina, é um país que está há quase dois anos afundado em uma crise política, e já está tomando medidas para que todas as pessoas possam ficar em casa. Mas, não perdendo trabalho nem aulas, por meios virtuais, porque a sociedade precisa continuar funcionando, mas respeitando as medidas de prevenção, porque se isso não for controlado agora, depois vai ser muito difícil reverter a situação”, advertiu.

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