Moradores tradicionais e comerciantes de Poá lamentaram nesta sexta-feira (3) a perda do título de Estância Turística. Além dos valores que a cidade deixará de receber - cerca de R$ 10 milhões ao ano, estimado pela Prefeitura -, os munícipes também temem a piora dos serviços e da estrutura da cidade.
De acordo com o comerciante Adriano Moreira, 29, que mora há 27 anos no município, os impactos da perda do título já serão sentidos em um futuro breve, tanto para a população como para o comércio.
“Infelizmente a cidade está ficando cada vez mais abandonada. Já perdemos muito com a saída do banco e agora essa triste novidade. Não vai demorar muito para sentirmos essas diferenças”, disse.
Opinião parecida entre o comerciante Edinaldo Elias. Há cerca de 20 anos com sua loja na cidade, ele calcula que os prejuízos vêm de todos os lados, e certamente os valores adquiridos por meio do título farão falta.
“É muito difícil essa situação que o município enfrenta. Antes realmente recebíamos visitas de pessoas de fora, pessoas vinham para conhecer. Hoje mudou tudo. A cidade está ficando abandonada, cenário de filme de zumbi”, compara.
Ele ainda cita o fato dos impactos nas vendas que já são sentidos. A queda também impacta diretamente na saída de outros comerciantes de Poá, que preferem investir em outras cidades.
De acordo com o aposentado Paulo Alves Fernandes, 76, sendo 72 anos vivendo na cidade, o cenário piora a cada ano. Para ele, a falta de investimentos no turismo foi um dos maiores problemas há muitos anos.
“Se tivéssemos mais investimentos no turismo, isso nunca teria acontecido. Nossa cidade, apesar de pequena, é bonita e tem uma organização territorial. Se tivessem pessoas realmente dedicadas a cuidar dela nos últimos anos, nossa situação poderia ser muito diferente”, relembra.
O representante de vendas, Lídio Virgínio, 38, mora na cidade há menos de quatro meses. Apesar do pouco tempo, o morador sente que a cidade já possui problemas em iluminação e na segurança. Com a perda do título, ele prevê a piora.
“Será menos dinheiro entrando. Automaticamente menos investimentos deverão ser feitos na estrutura, como em asfalto, iluminação e na segurança. Andar aqui durante à noite é muito perigoso, não me sinto confortável”, disse.
Na mesma linha, o morador Alexandre Carvalho dos Santos, 42, também destacou a perda de comércios importantes na cidade.