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Jornal Diário de Suzano - 07/05/2024
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Coluna

Estamos sem fundos

29 setembro 2023 - 05h00


Inconsequentes, caloteiros, irresponsáveis. Somos nós, os humanos, que já esgotamos todos os recursos naturais que o planeta tem a oferecer. 
Desde 2006, a organização não governamental Global Footprint Network divulga um relatório que provém de um cálculo entre a pegada ecológica das atividades humanas e a capacidade da Terra de se regenerar e absorver nossa poluição.
Neste ano de 2023, o "Dia da sobrecarga da Terra" chegou cinco dias mais tarde, se comparado com o ano passado. 
Tudo entra no cômputo dos pesquisadores: pesca excessiva e predatória, desmatamento, absorção de carbono pelos oceanos. Faz-se uma contabilidade entre as perdas e a constatação científica do que o planeta poderia fazer e em que prazo.
O ideal seria que a constatação da falência de nossa civilização ensejasse uma reação da consciência do bicho-homem, para que ele enfim se convertesse e abandonasse a política insana da destruição do meio ambiente. Não é o que ocorre. Infelizmente, as más práticas prosseguem, simultaneamente a um discurso edificante, porém desacompanhado de uma política estatal executiva hábil e vigorosa para reverter o descalabro. 
Desde o dia em que se constata a exaustão da Terra, o planeta passa a viver a crédito, o que significa existir em déficit ecológico. 
Na ficção, para cumprir apenas aquilo que já foi acordado pelos governos nacionais, a data deveria ser adiada em dezenove dias, todos os anos, e durante os próximos sete anos.
Só assim estaríamos próximos à redução das emissões de gases do efeito estufa em 43% até o ano 2030.
É um cálculo matemático, baseado em ciência, que a humanidade ignora. Prossegue nas práticas nefandas de derrubada de árvores, poluição generalizada - terra, água e ar - produção excessiva de resíduos sólidos. 
Os homens escolheram abreviar a duração da experiência humana sobre o sofrido Planeta Terra. 
Paradoxal que, à proporção do avanço da ciência e das tecnologias, prossiga a humanidade no programa de extermínio de toda espécie de vida planetária. 
Esquece-se de que não é a Terra que corre perigo: é a humanidade.
A Terra poderá continuar a existir como planeta perdido numa galáxia que não é a maior, nem mais a importante do Universo. Mas prescindirá da espécie humana para isso.