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Jornal Diário de Suzano - 20/04/2024
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Coluna

Outono e suas Canções

22 março 2019 - 23h59
O Outono chegou. As folhas caem. Lembrei de uma canção de Jazz, “The Autumn Leaves” (“As Folhas de Outono”), que ouvi pela primeira vez cantada por Nat King Cole, que vinha seguido ao Brasil. Ainda adolescente, morava no Sul, lá também as folhas caiam no seu tempo. Uns tantos anos depois, na Europa, ouvi o francês Yves Montand cantando uma versão, anterior, “Les Feuilles Mortes” (“As Folhas Mortas”), que antecede a versão em inglês. Traduziam sentimentos próximos, mas eram diversas. 
O compositor da versão musical francesa, Joseph Kosma, Maestro da Orquestra de Budapest, refugiado na França, fugindo do nazismo, se inspirou no “Poème d’Octobre”, de Jules Massenet, escrito em 1874, deu base para o poeta Jacques Prévert escrever a letra. Em 1946, Marcel Carné fez o filme “As Portas da Noite”, com Montand cantando a melodia. O filme foi um fracasso, mas a música explodiu no mundo. Montand grava sua primeira versão 9 de maio de 1949. Muitas outros também gravam. Mas justamente o Jazzista Johnny Mercer lhe dá a fabulosa mostra em ingl&ecirc ;s. Meus caros leitores, vocês vão achar centenas de versões no You Tub. Vejam. 
A versão francesa, “As Folhas Mortas”, abreviada aqui, diz algo assim, numa tradução livre:
“Oh! quero que você lembre como/ Os dias eram felizes quando éramos amigos./ Naqueles dias, a vida era bela,/ E o sol mais quente que hoje./ As folhas mortas colhidas com pá./ Você vê, eu não me esqueci .../ Lembranças e arrependimentos também/ E o vento do norte os carrega/ Na fria noite do esquecimento./ Você vê, eu não esqueci/ A música que você cantou para mim.//
“Mas a vida separa aqueles que se amam,/ Lentamente, em silêncio/ E o mar apaga na areia/ Os passos dos amantes desunidos.//
“Mas o meu amor silencioso e fiel/ Sempre sorri e agradece a vida./ Eu te amei tanto, você era tão bela./ Como você acha que vou esquecer?/ Naqueles dias, a vida era mais bonita/ E o sol mais quente que hoje./ Você era minha doce amiga/ Mas lamento que nada voltará/ E a música que você cantou,/ Sempre, sempre vou ouvir!”
E a versão inglesa, “As Folhas de Outono”, de Johnny Mercer, com a mesma melodia, diz algo assim:
“As folhas que caem em direção à minha janela/ As folhas de outono de vermelho e ouro/ Eu vejo seus lábios, os beijos de verão/ As mãos queimadas pelo Sol, que eu usei para segurar.//
“Desde que você partiu, os dias passaram a ser longos/ E logo eu ouvirei a velha canção de inverno/ Mas eu sinto sua falta mais do que tudo, minha querida/ Quando as folhas de outono começam a cair”
E as estrofes se repetem.
A melodia é doce. Como é o Outono. Há um frescor que sentimos como que de repente, se abatendo sobre nós. Como não lembrar de outros tempos? Os caminhos, quase sempre são os mesmos, os conhecemos. Mas parecem divergentes.
As nossas idas e vindas lembram coisas boas e belas. Não somente em frente.
Sabemos que há gente que nem olha a sua volta. Que pena! Veria belezas, mesmo que em suas lembranças. Os caminhos já feitos são refeitos.
Outono.