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Jornal Diário de Suzano - 01/05/2024
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Coluna

‘Os improváveis’

29 janeiro 2023 - 05h00

Em um mundo tão individualista pensar no próximo é uma virtude. Ainda mais quando o próximo é seu inimigo. Mas uma adolescente, cujo nome não é mencionado na Bíblia, se dispôs a ser uma bênção na vida de seu algoz; no caso, o general Naamã, que tinha lepra. Essa menina israelita fora levada cativa durante uma invasão síria. Servia na casa do general Naamã como serva da esposa dele. Fora separada de sua família, de seu país; teve os seus sonhos e projetos frustrados. Tinha todos os motivos do mundo para ficar revoltada e até decepcionada com Deus. Poderia ter agasalhado em seu coração ódio e desejos de vingança. Quando soube da doença de Naamã, poderia ter pensado que agora a justiça tinha sido feita na vida de seu inimigo. Mas essa menina não tinha a sua fé baseada nas circunstâncias, mas em princípios. Mesmo vivendo em uma condição de escravidão, a sua fé continuava inabalável, e o amor ao seu próximo também. A menina contou para a patroa que na cidade de Samaria havia um profeta de Deus (Eliseu), que poderia ajudar Naamã. O general foi procurar o profeta, resistindo às orientações dadas por ele. Mas, por fim, depois de mergulhar sete vezes no rio Jordão, conforme as instruções do profeta, foi curado. Tornou-se, então, adorador do Deus de Israel. (II Reis 5) Podemos aprender muito com essa menina. Vendo o sofrimento diário de seu senhor, ela se importou. Não se omitiu nem se vingou! 
Essa menina, vamos chamá-la assim, estava com o coração cheio do amor de Deus. Ela cria no Deus de amor e misericórdia. Agiu de forma diferente do profeta Jonas, que se revoltou contra Deus porque achava que Ele estava sendo injusto por querer salvar aqueles que ele julgava que não eram dignos de salvação, os habitantes de Nínive. Ela não encolheu as mãos, não reteve as informações que fizeram a diferença na vida de Naamã. Ela provou que era uma menina de fé. A sua fé estava firmada no Senhor. Não sabemos há quanto tempo ela estava na casa do general Naamã. Mas ela não se havia esquecido do profeta de Deus, Eliseu. Ela tinha certeza, fé, de que o profeta podia dar o caminho da cura para Naamã. E o Senhor não decepcionou a menina nem Naamã, mesmo com a teimosia e o orgulho do general. Deus honra a nossa fé. Muitas vezes a nossa fé é posta à prova para sermos aprovados! "Sem fé é impossível agradar a Deus". (Hebreus 11:1) A fé, quase sempre, nos torna ousados. Um escravo, em geral, não podia falar tão livremente com os seus senhores. Mas essa menina não se intimidou diante do fato de ser uma escrava; falou sobre o seu Deus com autoridade. Não sabemos o que aconteceu com ela, depois da cura de Naamã. A Bíblia não fala mais sobre ela. Contudo, a sua história sempre será lembrada até que Jesus volte. Prefiro crer que ela teve uma vida boa e honrada, porque a Palavra de Deus diz que colhemos tudo aquilo que semeamos. (Gálatas 6:7) 
Assim como a menina, escrava hebreia, fez a diferença na vida de Naamã, quatro leprosos fizeram a diferença para o povo da cidade de Samaria. Os siros haviam cercado Samaria, a capital de Israel. (II Reis 7) Ninguém entrava nem saía da cidade. A comida foi acabando, e a fome já era extrema. Desespero total. O profeta Eliseu estava na cidade. Recebeu uma mensagem do Senhor de que a abundância existiria nas portas da cidade sitiada no dia seguinte. O capitão duvidou, achando uma coisa impossível. Os quatro leprosos, que estavam do lado de fora precisando também de alimentos, tiveram uma atitude. "Pior do que estava não poderia ficar". Resolveram, então, ir ao acampamento dos siros. Para surpresa deles, o acampamento estava deserto, dando a entender que os soldados tinham fugido em desabalada carreira. É que Deus tinha feito soar um falso ruído, que parecia a aproximação de um grande exército. O ruído era de cavalos e carros. Os leprosos entraram nas tendas. Comeram o que encontraram e ainda levaram outras coisas para esconder. Mas uma sensação de culpa se apoderou de um deles que chegou a dizer: "Não fazemos bem; este é um dia de boas notícias e nos calamos". (II Reis 7:9) Eles com fartura, e a cidade com gente morrendo de fome. Combinaram, então, de comunicar ao rei o grande achado. Foi o que fizeram. O rei de Samaria mandou abrir as portas da cidade. O povo saiu em busca do alimento providenciado por Deus. Cumpriu-se a profecia de Eliseu. O capitão não participou da bênção, porque duvidou do que Deus poderia fazer. Foi atropelado e morreu. Deus usou a vida daqueles quatro leprosos, rejeitados, para libertar uma cidade faminta. Deus usa os "improváveis", que se colocam ao Seu dispor para uma grande obra. Deixe Deus usar a sua vida também!