A Trupe Baião de 2 estará, esta semana, em Suzano e Poá apresentando o espetáculo "Retirantes: Mala, Sonhos e Mancebos". A produção é uma divertida viagem pela cultura nordestina. Elementos da cultura popular como maracatu, coco, frevo e forró, ritmos tipicamente nordestinos, dão o tom das performances circenses e dança. Na cidade suzanense, a trupe se apresentará, amanhã, às 14h30, na Praça João Pessoa. E em Poá, o espetáculo será encenado na Praça da Bíblia, no sábado, em dois horários: às 11 horas e às 14h30. A entrada é gratuita. Formada por Guilherme Awazu e Rachel Monteiro, a Trupe Baião de 2 é um grupo de circo contemporâneo. A montagem que será apresentada na região é feita por ruas e praças, e tem como temática os retirantes nordestinos e seus (des)caminhos. O grupo realiza circulação do espetáculo através do Prêmio Funarte Carequinha de Estimulo ao Circo 2015, e além de Suzano e Poá, tem apresentações agendadas em Biritiba-Mirim (dia 26), Ferraz de Vasconcelos (dia 2 de junho) e Salesópolis (dia 11 de junho), tendo já realizado apresentações em Guararema e Santa Isabel. Todos os lugares das apresentações foram escolhidos por conta da expressiva presença de migrantes nordestinos. Em "Retirantes: Malas, Sonhos e Mancebos" as malas carregam os sonhos de um casal de retirantes que está construindo um novo lar. Malas, que convencionalmente estão presentes em encontros e despedidas, que levam objetos repletos de afetos e significados, mas também a esperança e expectativa de uma vida nova. A alegria, o trabalho, o cansaço e a esperança, se misturam às técnicas circenses em uma contagiante coreografia. A montagem de um lar, a reafirmação de um vínculo de amor e companheirismo. "O conceito de retirante pensado nesta criação é diferente dos retirantes retratados por Portinari, por exemplo, que evidenciou a ideia de sofrimento. Esta montagem trata de um casal sonhador e romântico, que busca sua felicidade em terras mais abastadas que as suas, sem nunca perder a alegria e nem deixar de sonhar", comenta Cleuber Gonçalves, que assina o figurino. "Para tratar de um tema tão íntimo e tão presente ao nordestino, tomamos muito cuidado, já que nossa intenção não era mostrar a dificuldade, nem o lado triste por ter de abandonar a terra querida. Mas sim a esperança, que dá forças a tantas famílias para migrarem em direção a uma nova vida. É uma homenagem aos nordestinos! Passaremos por municípios que possuem grande número de migrantes e acreditamos que desta forma, o circo adquire um papel importante de interação social, em um campo que pretende valorizar a cultura nordestina e discutir o preconceito", explica Rachel Monteiro, cofundadora da trupe e volante de acrobacia. O espetáculo tem clima de festa e começa com um cortejo ao som do maracatu, seguido de um número de perna-de-pau, realizado como uma grande brincadeira acrobática no ritmo do coco, convidando os passantes para se achegar e conhecer uma história composta por elementos típicos da cultura nordestina. A cenografia, inserida no contexto da memória, utiliza objetos que fazem parte da memória afetiva e constituem um ambiente de conforto e segurança, como se aquelas pessoas os utilizassem para recriar o lar de outrora. O figurino tem referências dos festejos e da cultura retirante. Tecidos como juta, rendas e bordados se misturam para criar um visual alegre para esses personagens se deslocam em busca de um lugar melhor, sempre cheios de esperanças.