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Cidades

Paulo Tokuzumi: “Meu mandato foi de recuperação administrativa”

02 abril 2015 - 08h01

Colocar a cidade em ordem e acertar problemas antigos para que Suzano possa avançar corretamente. Esta é a ideia que o prefeito Paulo Tokuzumi (PSDB) diz seguir para ver a cidade trilhando o caminho certo, do progresso e do crescimento. "Do jeito que encontrei a cidade, foi um desafio manter, inclusive, os serviços básicos. Tudo foi com muito esforço. Trabalhei e tenho trabalhado para ver a cidade avançar". Na direção da cidade desde 2013, Tokuzumi diz ainda que fará o que estiver ao seu alcance para que a cidade receba projetos. "Infelizmente as obras públicas são sempre muito demoradas. Porém se focarmos nos nossos objetivos e nos projetos em andamento, a cidade em breve terá um cenário favorável a todos os moradores". No aniversário de 66 anos de emancipação político-administrativa de Suzano, o prefeito fez uma avaliação da situação política e econômica da cidade e falou sobre as obras previstas. Diário de Suzano: Quais são os projetos mais importantes previstos para Suzano? Paulo Tokuzumi: São diversos projetos. Em andamento está a construção do Hospital Estadual, que ficará no local onde é Hospital das Clínicas. Na primeira etapa, ele será inaugurado com 150 leitos, mas na fase final terá 260 leitos. Isso será um grande avanço para a saúde na cidade de Suzano. Temos a nova estação de trem que já está sendo concluída, e junto com essa obra temos também um projeto para adequar o sistema viário da Avenida Antonio Marques Figueira com a Rua Doutor Prudente de Moraes, além de um terminal de transbordo na parte sul da cidade. Podemos citar ainda o projeto executivo da Estrada dos Fernandes e a alça de acesso do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas que será autorizada em Suzano. Temos ainda o Hospital Regional e as obras de melhorias na infraestrutura do Parque Municipal Max Feffer, onde, em breve, abriremos licitação. DS: Com a chegada do Hospital Estadual, a situação da saúde deve ser amenizada em Suzano? Tokuzumi: Com certeza vai melhorar, mas talvez não chegue ao ideal. Vários municípios do Brasil sofrem com problemas na área da saúde. Isso, porque o financiamento dessa área, hoje, é muito aquém do necessário. Não é incompetência da administração municipal ou estadual, é a falta de recursos. Hoje quanto mais você trabalha, quanto mais faz atendimentos na saúde, mais você fica devendo. Então, atualmente, o grande problema da saúde não é administrativo, é financeiro. DS: Como está a situação da Santa Casa? Tokuzumi: Quero deixar uma coisa bem clara, quando eu assumi a Prefeitura de Suzano, todos diziam que a Santa Casa iria fechar. Tudo, porque me foi deixada uma dívida muito grande e uma administração extremamente onerosa e pouco eficiente. Mas a Santa Casa está de portas abertas e atendendo a população, o que é muito importante. Agora, se os serviços não estão perfeitos, volto a dizer que nenhum sistema de saúde público do Brasil está tão bem assim. Como disse o problema é financeiro. DS: Como está o processo para início das obras de conclusão da Marginal do Una? Tokuzumi: A obra está em fase de projetos e a liberação da Marginal do Una, hoje, está dependendo da outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), por causa de um problema ambiental. Então, tendo essa liberação, tenho certeza que a obra poderá ser iniciada, pois ela já foi licitada, e autorizada. Falei recentemente com o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e ele me afirmou que está respondendo as perguntas do DAEE, sobre essa liberação. DS: Como está o processo de busca de verba para a implantação de novas câmeras de segurança? Tokuzumi: Hoje temos que buscar verbas para tudo. Infelizmente as prefeituras precisam pagar muitos encargos, e o recurso financeiro não é dos melhores. Desde quando assumi não houve aumento no recurso financeiro da cidade. Precisamos buscar verbas, junto ao governo estadual e federal, sempre que pensamos em fazer algo. O Pacto Federativo, atualmente, é muito prejudicial ao município que fica com todos os encargos sociais e somente com 13% do que é arrecadado. O Estado fica com 25% e a União com 62%. Essa divisão é muito injusta e o município tem que sair em busca de recursos para poder atender a demanda social. DS: Como o senhor avalia a implantação da Delegacia de Defesa da Mulher? Tokuzumi: Falta apenas uma questão técnica de espaço físico para que a Delegacia de Defesa da Mulher comece a atuar. Ela já está autorizada, e a delegada responsável já está em Suzano. Estamos em busca de um local para alugar. Não pode ser qualquer lugar, tem que ter certidão negativa, escritura, tudo certinho. A Delegacia da Mulher é um grande avanço para Suzano. A cidade possui muitos órgãos de atendimento às mulheres como o Anexo de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e a Patrulha Maria da Penha. Nosso município é modelo em referência ao atendimento às mulheres. Estamos muito bem nessa área. DS: Como está a elaboração do Plano Diretor? Tokuzumi: O Plano Diretor é algo que tem que ser concluído dentro de um período, o que acontece é que estamos estudando alguns casos. Suzano tem um agravante, quase 80% da nossa área está dentro da Área de Proteção de Ambiental (APA) e dentro da Área de Proteção dos Mananciais. Os mananciais têm que ser protegidos, principalmente nesta fase de escassez de água. Então, por isso, temos que fazer uma adequação no nosso Plano Diretor para que consigamos preservar o meio ambiente e trazer também o desenvolvimento. Precisamos de um equilíbrio entre o progresso e o ecossistema. DS: O que o Plano de Mobilidade Urbana deve apontar de melhorias para a cidade? Tokuzumi: Estamos executando um plano de mobilidade que entregaremos em breve. O difícil vai ser conseguir os recursos para termos um plano adequado ao nosso município. Eu sou engenheiro e gosto de projetos. Então se todo o projeto colocado no papel fosse para a rua seria uma maravilha. DS: Qual a avaliação do seu mandato até agora? Qual nota daria a ele? Tokuzumi: O meu mandato foi de recuperação administrativa. Todos sabem a forma que eu assumi a Prefeitura. Até colocar a casa em ordem para depois começar a trabalhar, tudo leva tempo. Tivemos um prefeito anterior que teve oito contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas. Então ele não fez uma administração dentro da normalidade. E eu fui o sucessor de toda essa tragédia. Dou nota 10 para meu mandato. Acredito que não poderia ter feito nada melhor do que estou fazendo até hoje. Infelizmente o que eu assumi foi complicado. O orçamento da cidade não é favorecido. Temos orçamento de município pobre. Fui prefeito há cerca de 20 anos e Suzano tinha uma arrecadação superior a Mogi das Cruzes, hoje não chega nem a metade.

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