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Jornal Diário de Suzano - 14/12/2025
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Coluna

Um olhar mais amoroso

27 maio 2025 - 05h00

Tempo de olharmos com atenção e amor para aqueles que vivem ao desabrigo de um lar e, entendermos que muitos que ali estão gostariam de estar numa casa com sua família, agasalhados e unidos.
São tantas as situações que levam uma pessoa morar na rua e, nem sempre são aquelas que imaginamos e precipitadamente julgamos. Lógico que uma grande parcela está ali por vontade própria, para satisfazer seus vícios sem observações e críticas familiares. No entanto, as circunstâncias podem ser outras, o desemprego e as dificuldades financeiras que ele impõe, levam famílias inteiras a juntar o que é possível carregar, vender e disponibilizar o máximo no intuito de fazer uma pequena reserva financeira e buscar um cantinho onde possam se instalar, seja numa praça, sob a marquise de algum prédio, ao longo das margens dos rios ou nos terrenos e construções abandonadas.
Quando moram numa casa, com relativo conforto já está difícil se manter num emprego ou quiçá conseguir um, onde recebam mensalmente seus salários que mantenham a si e a família com um pouco de dignidade, imagine como será ter uma porta aberta, uma vaga nalguma empresa, quando a falta de banho, de uma roupa limpa e apresentável é fator predominante em sua aparência.
Com o passar do tempo as roupas se desgastam, a falta de alimentação se torna visível e o corpo rescende a falta de cuidados, então quando se aproximam o cheiro que normalmente emanam fazem com que as pessoas se afastem. 
Acabrunhadas vão se esquivando, pois, ainda guardam em seu íntimo sentimentos de vergonha e respeito, que aprenderam em seus lares.
Aqueles que decidiram viver nas ruas, por discordarem de seus familiares quanto ao uso de bebidas, drogas e comportamentos agressivos, não entendem a palavra respeito e o sentido daquilo que chamamos dignidade, não se preocupam se sua presença nos agrada ou não, normalmente se impõe para pedir e até exigir que os ajudemos.
Por não terem endereço famílias que tiveram que deixar seus lares encontram dificuldade até para receber auxílio do governo e de entidades que disponibilizam ajuda com alimentos e roupas.
Para essa situação somente podem contar com o governo e a construção de habitações, que nunca acontece em número suficiente para todos.
Algumas entidades buscam ajudar distribuindo cestas básicas na periferia das cidades, outras distribuem sopas que aquecem e alimentam, roupas e até mesmo possibilidade de encaminhamento para empregos, assim muitos conseguem a duras penas obterem novamente uma casa que os abriguem e a dignidade necessária para viverem honestamente.
Em tempos difíceis como estes que vivemos devemos estender um olhar mais amoroso e compreensivo e, dentro da possibilidade de cada um ajudar as entidades que os acodem com alimentos e roupas em boas condições de uso, mas que não nos agradam mais e até mesmo auxiliando com nossa contribuição pessoal, indo fazer as sopas ou a distribuição de alimentos como voluntários.