Essa semana, em um encontro com amigos, lembrei que no ano que vem deverei comemorar meus oitenta aninhos. Pra mim é coisa boa. Cuido de mim, sigo em frente. Estou tentando retomar meus exercícios físicos, que parei por esses quase dois anos. Tive uns tratamentos, especialmente de vista, que me impediam a prática por aumento da pressão. E assim o sedentarismo vai nos ocupando em plenitude. Coisa não boa. Conversei com amigos de mais idade para voltarmos aos exercícios, mas não senti nem vontade de quase todos. Uma pena! Além de práticas físicas são os que mais precisam também de atividades estimuladoras da mente. Chamo isso de desatenção, mas pode ser mais. Enfim, vamos seguindo adiante. Complicômetros existem. Aparecem aqui e ali, sabemos disso. Tive de trocar a minha Geriatra, que tinha problemas de saúde familiar e o novo, que não me conhecia, pediu um monte de exames. Ainda falta um, mas até agora nada apareceu de mais preocupante. De há muito mantenho minha regra de exames periódicos, coisa que muitos conhecidos não fazem. Me preocupa essa omissão, mas muitos nem ligam. Vou continuar tentando atraí-los. Talvez seja o caso da nossa saúde pública se envolver nesses casos. Pode ser apenas desinformação, mas pode ser um tanto mais. O Brasil está assumindo uma enorme parcela da população de idosos. Essa gente tem de saber mais e melhor de suas condições. Podemos ajudar sempre. Juntos vamos mais longe. Passei por muitas fases difíceis na vida nessas tantas décadas. Mas, no entanto, sempre fui muito bem atendido nesta minha preciosa vida. Sou agradecido por ainda estar aqui, seguindo. Fui atropelado e mordido por cão raivoso quando criança. Lembro daquela cena do carro passando sobre mim. Não tenho traumas disso. Coisa passada. Lembro do cão me mordendo, na frente da escola. E das tantas vacinas que tive de tomar na barriga. E nada me impediu de seguir. Na juventude passei por situações complicadas. Lembro de sair de uma reunião na USP numa noite. No caminho, no bairro de Pinheiros, sofri um acidente muito grave, com traumatismo craniano, ficando desacordado. Vários dias em coma. Fui atendid o magistralmente no Hospital das Clínicas, ali perto. Nunca tive dor. E passei por aquilo conhecido como EQM (Experiência Quase Morte), quando a mente se afasta do corpo e vê tudo do lado de fora. E voltei à vida. Lembro bem disso. Mas sobrevivi e, certamente, tenho mais o que fazer. Isso tudo me convenceu de que existe um Ser Superior que a tudo controla, Deus, ou Grande Arquiteto Do Universo, e que nos acompanha em tudo. Não estamos sozinhos, nunca. O que fazemos é acompanhado, observado. E não podemos deixar de contribuir diariamente para esse resultado positivo das pessoas para ajudarmos a melhorar o mundo. E se nos dermos as mãos tudo ainda será mais significativo. Vivemos dificuldades pelo Planeta? Entremos com a nossa parte. Agradecendo conscientes do que já recebemos. Diariamente, em minha oração a cada manhã, agradeço a vida recebida e a oportunidade de tentar fazer algo por cada dia a todos. Chamo de ‘Carpe Diem”: “Obrigado, Senhor, por mais um dia e o que merecia fazer. Por me permitir usufruir do tanto que disponho. Por me permitir aprender, sempre a cada vez o que imaginava sabia”.



