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Jornal Diário de Suzano - 14/12/2025
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Coluna

Veríssimo

06 setembro 2025 - 05h00

“Veríssimo” é uma palavra com significado muito forte, está vinculada a expressão “muito verdadeiro”, ligada ao latino “verissimus”, grau máximo de verdade. Expressão que me veio imediatamente ao saber da perda pela ida ao Oriente Eterno do nosso mui querido Luiz Fernando Veríssimo, um ser verdadeiro em suas amplas atuações. A verdade na ficção é algo fundamental, ela vai se expressando ao progredir do contato da nossa leitura da obra literária. Vamos nos vinculando com a Arte que vai nos levando adiante.
Nasci no Rio Grande do Sul, mas depois da Escola Infantil sai com a família, habitando pelo resto do País. Fui perdendo o contato direto com a vinculação familiar das minhas próprias origens. Em 1963 retornamos, iniciando por Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Ali descobri o Vinho e tanto do seu significado e importância. Até hoje sinto-me vinculado a esse precioso produto. Que, aliás, pude ampliar como conhecimento pela Europa uns tantos anos depois. Logo a seguir fomos para Porto Alegre, com muitas possibilidades. Ali fui iniciando minha aprendizagem da arte de escrever. Gente, essa fase foi bastante importante na minha vida, especialmente intelectual. Era um adolescente buscando meus caminhos de saber. E um dos principais po ntos foi aprender mais daquela terra. E além dos livros de História, fui premiado com a descoberta e amor pela obra de Érico Veríssimo, em destaque “O Tempo e o Vento”, onde descobri muita proximidade com as origens da família da minha mãe, os Borges e os de Paula. Aquilo tudo penetrou em mim. Tenho até hoje esses trabalhos.
Saber de outros autores gaúchos foi consequência natural. Tive orientação de gente muito boa, como o precioso Mario Quintana, e, assim também tive a sensibilidade tocada por Artistas como o filho de Érico, o amado Luis Fernando Veríssimo. Eles moravam em Porto Alegre, numa casa numa avenida do bairro de Petrópolis, numa subida da Cidade. E recebiam também os estudantes visitantes que ali ousavam aparecer. Luis Fernando Veríssimo, plenamente verdadeiro, passou um belo tempo de sua infância e juventude nos Estados Unidos, onde o seu pai trabalhou, não só como professor em universidades, como em cargos de representação do Brasil. Muita gente nem sabe disso sobre o Érico Veríssimo. O filho amava também o desenho, fazia seus quadrinhos bastante provocativos. Coisa de sucesso igualmente. E, coisa importante na sensibilidade de um Artista, amava muito a música, prioritariamente a Bossa Nova e o Jazz. Ele era músico, tocava magistralmente seu saxofone nas improvisações jazzísticas com muita sabedoria. E isso, é claro, me tocava muito também. Aliás, anos depois, ele circulou com um gru po musical, de que fazia parte, tocando por todo o País. E seus escritos, coisa bem especial, sempre me atingiram, ele os construía com uma ironia preciosa, que provocam demais. Ninguém que lê algo do Luis Fernando Veríssimo fica ausente, é tocado na sua sensibilidade. Suas crônicas envolvem os leitores de modo forte, como negar desconhecer isso?
Meu querido leitor, se você não conhece o trabalho dele não esqueça de ir em frente em saber mais, em vivenciar suas leituras. É coisa encantadora. E acrescenta muito adquirir toda a sua sensível Arte.