Em conversa com o DS, a artista plástica Filó Camargo falou as atividades realizadas neste ano. Segundo ela, 2016 proporcionou o desenvolvimento de um projeto de artesanato terceirizado pela Prefeitura de Suzano com a população. Para a continuidade do projeto, ela aguarda a transição do governo, que será realizada amanhã. Durante o ano de 2016, Filó lecionou para alunos interessados em artesanato. As turmas foram formadas pela maioria feminina e as aulas foram desenvolvidas no Centro Cultural Professor Luiz Antônio da Silva, em Palmeiras, e no Centro Cultural Vila Figueira. "Dei aulas de pintura em tecido e artesanato com patchwork. As atividades foram voltadas para terapia e também para geração de renda. Tenho ajudado bastante as pessoas, ainda mais nesta época de dificuldades financeira", comenta. Neste período, houve encontros culturais onde os alunos expuseram os trabalhos. "Foram exposições bem trabalhadas. Os alunos aproveitaram o ensino para desenvolver as próprias peças e isso é muito interessante porque pudemos produzir uma variedade de coisas, como bolsas e bonecas. Tem gente que faz pelo gosto, para se sentir bem e elevar a autoestima. Os alunos ficam orgulhosos e presenteiam com as peças. O retorno é muito grande". A artista fala sobre o perfil dos estudantes. "Teve um época em que tivemos bastante idosas, mas agora mudou um pouco. Temos moças que buscam o artesanato para agregar à renda. Eu as incentivo. Por exemplo, se você trabalha em uma empresa, pode oferecer os produtos aos colegas de trabalhando, gerar renda extra no final do mês. Além disso, temos meninas de 12 anos, que acompanham as mães". Para Filó, a tecnologia pode agregar aos trabalhos manuais. "O artesanato tem tido uma baixa na era digital. Ninguém quer saber de agulha, tesoura ou pegar no pincel para pintar. Eu tenho sentido bastante e incentivo o pessoal a pesquisar na internet, ver os vídeos para aprender mais. Também temos um grupo no Whatsapp para falar sobre o que cada um está criando". A oficina não tem previsão de continuidade. A artista conta que entrará em contato com a nova administração para apresentar novas propostas. "Eu tenho conversado com o novo secretário e ele deu garantia que continuaríamos com o projeto, acredito que eles vão levar a nossa equipe porque desenvolvemos um trabalho muito bom. Eu tenho a intenção de participar de exposição e concursos. Planos para a cultura eu tenho bastante e pretendo falar com a nova gestão". Filó mora em Suzano há 35 anos e está envolvida na arte desde pequena. "Aos nove anos, quando morava em Santo André, eu já pintava e aprendi a bordar. Também aproveitava muito as aulas de educação artística, onde já fazia pequenas exposições. Cheguei a Suzano em 1983 e fui cabeleireira por muitos anos, enquanto desenvolvia meu artesanato em casa. Então, há 17 anos passei a dar aulas. Desde 2009 deixei os cabelos e me dedico apenas à arte. Só ganhei com isso, porque a gente faz e aprende enquanto ensina, é recompensador". Aos 55 anos, a artista já teve obras expostas no exterior e neste ano ganhou duas medalhas. "Ganhei medalha de mérito cultural pelo Conselho Municipal de Cultura. E ganhei pela participação no Mapa Cultural Paulista, estive na fase municipal com três telas com a temática de preservação do meio ambiente".



