Em entrevista exclusiva ao DS, o cantor de funk, Mr. Catra falou sobre a carreira e projetos para o próximo ano. Ele abriu as portas de sua casa, em Mogi das Cruzes, para conversar com a equipe do Diário de Suzano sobre os novos projetos na cena musical. Catra também fez um balanço das atividades de 2016 e ainda revelou que planeja o casamento com as quatro esposas. Evento deve acontecer em Marrocos, na África. Natural do Rio de Janeiro, o cantor de 48 anos é pai de 32 filhos. Prestes a comemorar o 26º aniversário de carreira, o MC aposta em novos trabalhos em parceria com os filhos. Diário de Suzano: Como tem sido o ritmo de shows ultimamente? Mr. Catra: Graças a Deus vai indo muito bem, vim bem preparado para esta crise. Este ano, tivemos que zelar mais pelos contratantes do que os contratantes pelo próprio artista. Nós temos feito isso e estamos colhendo os frutos da boa plantação. Meus filhos Luck e Soneca estão com muito trabalho. Por mês temos muitos shows, bastante mesmo. Temos que criar dias para o mês. DS: Você tem ficado constantemente em Mogi? Por que a escolha pela cidade? Catra: Eu vim pela tranquilidade e segurança. Morar em Mogi é muito parecido com morar na Gringa. É uma coisa surreal, pretendo ficar aqui. Passo bastante tempo aqui, trouxe minhas crianças para cá, mais da metade moram comigo. DS: Há quanto tempo é cantor? Sempre cantou funk? Catra: São 25 anos de funk. Na realidade, foram cinco anos no rap e mais cinco de rock 'n' roll. Isso profissionalmente. DS: Por que a música? O que você pretende transmitir por meio dela? Catra: Estudei bastante para ser advogado. Já trabalhei na Nestlé, na Pauli, na Bolsa de Valores e na fábrica de móveis do meu pai. Na música, entrei em 1982. Eu tinha uns 12 ou 14 anos, durante a adolescência. Busco transmitir alegria, amor, amor, amor e alegria. E um pouquinho de consciência. DS: Como você avalia esse sucesso do funk nacional? Catra: Tivemos um upgrade significativo. Hoje em dia, todos os estados têm a cultura funk, é um movimento forte. O funk rompeu a fronteira da Europa, cantam no Japão, em Israel, no mundo todo. O que aconteceu foi à globalização do som. DS: Ainda há preconceitos sobre o ritmo? Catra: Acredito que tem muita ignorância ainda. Preconceito é coisa de gente ignorante. Existe é o pré-conceito. A pessoa não sabe, não entende, e vai pelo o que os outros falam. DS: Qual música não pode faltar no seu show? Catra: Pra mim, são várias. "Adultério" e "Vem todo mundo". Na realidade não pode faltar funk. DS: E qual sua música favorita? Catra: Não sei, depende do dia. Hoje estou inspirado para cantar "Pede pra inhanhá". DS: O que você costuma ouvir no seu tempo de folga? Catra: Escuto funk. Escuto tudo de bom, toda música boa, sou bem eclético. Admiro o som do Cidinho da Cidade de Deus. DS: O que você aponta como sua maior característica? Catra: Minha maior característica, o que me representa, é ser pai. DS: Como é sua relação com seus filhos? Catra: Sou um pai corujão, meio bobão. Tive meu primeiro filho aos 15 anos. DS: E a relação com suas mulheres? Pretende ter mais filhos? Catra: Minha relação com minhas mulheres é maravilhosa. Duas moram em Mogi. Lógico que pretendo ter mais filhos. Estou muito novo para parar de amar. São 32 filhos, rumo aos 33. DS: Seus filhos têm nomes bíblicos. Qual sua relação com a religião? Catra: Não são nomes bíblicos, são nomes hebreus e árabes. Não tenho religião, tenho doutrina espiritual, é diferente. Não acredito em nada que não seja Deus, nem na morte, nem no inferno, nem no demônio, nem Jesus. Só Deus. Pra mim, Deus é natural, não sobrenatural. Não vou contra minha natureza porque estarei indo contra Deus. Isso me ajudou bastante na vida. Meus amigos e irmãos se preocupam comigo porque eu tenho este raciocínio. Eu não penso em guardar, eu penso em prosperar. Porque, se você guardar, você se acomoda e aí para tudo. É melhor estar na atividade e sempre prosperar. Cada um tem ama doutrina de vida e eu respeito. Queria que as pessoas entendessem minha doutrina também. DS: Como foi 2016? Quais foram as maiores conquistas e desafios? Catra: Foi maravilhoso. Ficamos na expectativa e no medo da crise, mas graças a Deus deu tudo certo. O maior desafio e conquista foi meu programa Ao Vivo no Multishow. Queremos gravar um na TV aberta, vamos ver no que vai dar. DS: Quais as novidades na música para 2017? Catra: Estou com um projeto chamado Banca Muzik, com uma rapaziada de Mogi, São José dos Campos e região. É em parceria com meus filhos que produzem funk, rap e trap. Meu filho, Luck Muzik, é o idealizador. Meu outro filho, o Soneca, é quem executa tudo. Também tem uma galera nova, de São José. O MC Marrom, Café, Stifler e MC Lamp. Ainda tem uma rapaziada em São Paulo e, no Rio, também tenho filhos cantando. São novos talentos do funk, compomos e produzimos. É um projeto já em andamento. Em janeiro lançamos essa rapaziada e em março tem a festa de lançamento do DVD. Vamos fazer um lançamento em São José e penso em fazer um aqui na região também. Vamos rodar os fluxo do Alto Tietê e Capital. Em 2017 também lançarei meu projeto de rap, é um projeto paralelo. O meu novo disco de funk acho que lanço em março. Estarei em parcerias com o MC Bola, o MC Sapão e o MC Gui. DS: Por que o nome "Catra"? Catra: É um apelido carinhoso dado pela comunidade, do Morro Catrambi. Nasci lá, na Rua Doutor Catrambi. Represento o lugar.



