O leitor pode pensar que o mal do século são as drogas em geral, mas posso dizer que está enganado. Há algo ainda pior que o vício em substâncias entorpecentes lícitas e ilícitas, é o estresse. Só no Brasil, 70% da população sofre desse mal, sendo que 30% chega a ter níveis elevadíssimos. O estresse pode prejudicar, e muito, a saúde das pessoas. Está associado ao desenvolvimento de várias doenças, como câncer, hipertensão, depressão, insônia e diabetes.
Muitas razões podem gerar o fenômeno do estresse, mas acredito que a principal seja a insatisfação com aquilo que se tem.
Valoriza-se mais o que não se tem do que o que se possui. Sabe aquela história que o gramado do vizinho é sempre mais verde?
Um dos grandes erros é colocar valor demais nos bens materiais. As "coisas" só nos devolvem resultado e satisfação pela aquisição. Vamos a um exemplo interessante: alguém queria muito comprar um carro de luxo e se dedicou para tanto. Juntou dinheiro suficiente, foi até uma concessionária e adquiriu o bem móvel da cor e modelo que tanta desejava.
Mas uma pergunta é importante refletir:
O que o carro adquirido devolve em troca?
Somente o resultado da compra, mas não consegue devolver a afetividade que o dono tem para com ele num determinado momento.
Você pode abraçar seu carro, beijar a lataria, lavá-lo toda semana, deixá-lo brilhante para os passeios, mas no final, o automóvel não lhe devolve absolutamente nada de afetividade. Com o passar das semanas, surgem os primeiros riscos e depois os amassadinhos e barulhos internos. Com o tempo, já não vê mais tanta graça ou importância naquele bem e assim se passa a desejar outro, mais caro e moderno. Muita gente entra nesse círculo vicioso e não percebe. O resultado, é o estresse e a sensação de vazio interior. O relacionamento emocional e afetivo com bens materiais não funciona; não existe troca na mesma proporção. É comum a ansiosidade em ter mais e mais. E para tanto, se trabalha ainda mais. Com isso, o estresse vai se apoderando e tirando o equilíbrio corpo e mente. Somente pessoas são capazes de dar afetividade, andando num carrinho velho ou novo, não importa. Muito mais importante que o carro ou casa bonita, é a companhia, é o que faz a diferença.
Portanto, o bom investimento que devemos fazer na vida, é a qualidade das pessoas com as quais nos relacionamos e que nos promovem intensa sensação de prazer e felicidade.
Jesus disse:
Onde estiver o seu coração, estará o seu tesouro!
Se o seu coração estiver na conta bancária, nas roupas e joias que usa, no lindo carro ou em qualquer outro bem material, saiba que você terá a satisfação da compra, que é momentânea, mas jamais retorno afetivo. Lembre-se que um acidente de trânsito destrói seu belo carro; um ladrão leva o celular de última geração; um incêndio queima sua casa em poucos minutos; seu emprego pode acabar amanhã se a empresa assim decidir. E o que vai ficar pra você... Portanto, o melhor investimento é nas pessoas, que ofertam resultado humano, independente de qualquer circunstância ou acontecimento negativo.



