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Jornal Diário de Suzano - 13/12/2025
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Colunista

Pedro, o pecador arrependido

14 abril 2017 - 08h00

Nesta Sexta-feira Santa estamos revivendo mais intensamente a Paixão de Cristo. O sofrimento do Salvador tocou a punta máxima na cruz, porém, o coração dele vinha já sendo dilacerado desde a traição de Judas, até as repetidas negações de Pedro. Escutemos o relato sobre as três vezes que Pedro na mesma noite, negou de conhecer Jesus: "Pedro estava embaixo, no pátio. Chegou então uma criada do sumo-sacerdote, e quando viu Pedro se esquentando, olhou bem para ele e disse: " Você também estava com Jesus nazareno!" Mas Pedro negou: " Não sei, nem compreendo o que você diz!" E o galo cantou. A criada viu Pedro e começou a dizer novamente aos que estavam perto: " Esse aí é um deles! " Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois, os que estavam junto disseram novamente a Pedro: "É claro que você é um deles, pois você é da Galileia". Então Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo: " Nem conheço esse homem de quem vocês estão falando!" Nesse instante, o galo cantou pela segunda vez. Pedro se lembrou de que Jesus havia dito: " Antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes". Então Pedro começou a chorar. Há poucas horas antes, Pedro havia jurado a Jesus que não o deixaria e nem iria negá-lo. Mas na hora da traição, mente descaradamente. Sempre ficamos meio indignados com esta atitude de Pedro. Será que o cara não podia ser mais homem? Como entender tamanha covardia? Vamos, porém, colocar-nos na pele de Pedro: ele viu Jesus ser levado por um batalhão de gente armada e seguiu meio às escondidas para ver se podia fazer algo. Os outros discípulos, nesta altura, já tinham caído fora por completo. Pedro chega ao lugar onde Jesus foi jogado para ser flagelado e vê o ambiente de terror, de revolta, contra o Mestre, submetido aos golpes dos torturadores. Qualquer um ficaria perdido e com medo diante de um quadro desse! A reação de Pedro é muito normal diante das circunstâncias, tanto assim, que ele acaba chorando ao ver a sua impotência e fragilidade diante de tudo isso. Pedro não estava preparado o suficiente para enfrentar a morte como Jesus. Muitos anos depois, porém, ele entrega a sua vida do mesmo jeito, morrendo na cruz de cabeça para baixo, martirizado em Roma. Que diferença entre Pedro e Judas. Os dois traem Jesus. Um, porém, se arrepende e chora, o outro se enforca. A gente quase não consegue compreender e aceitar que um dos discípulos de Jesus nega conhecer o seu Mestre e o outro o entrega nas mãos das autoridades que queriam matá-lo. Aos poucos foi ficando claro que Judas não concordava mais com o jeito de Jesus em levar sua missão adiante de forma pacífica e ineficaz para libertar o povo da dominação romana. Ele não suportava mais aquela demora de Jesus em tomar o poder de Jerusalém. Ilusão a respeito de um reino material e temporal que Judas sonhava conquistar. Ganhou trinta moedas em troca da traição. O suicídio foi um ato de desespero! Quando Jesus de manhã foi tirado da prisão para ser levado diante do governador, viu que aí estava Pedro, talvez a espera de notícias sobre o seu amado Mestre. Jesus olhou com ternura para ele e de nada o acusou, mas mostrou amá-lo ainda mais e o preparou para a resposta de amor que Pedro faria diante do Senhor ressuscitado, declarando por três vezes: " Senhor tu sabes que eu te amo". Podemos ainda nos indignar com Pedro? E nós quantas vezes negamos a nossa fé e o projeto de Cristo, mesmo sentindo que este é um projeto de amor e de salvação ? Jesus compreendeu a fragilidade de Pedro e o capacitou com o seu infinito amor para que ele se tornasse uma verdadeira testemunha, chefe dos apóstolos e da Igreja, pronto a morrer pelo seu Senhor e Mestre.

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