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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2025
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Coluna

Reuniões familiares

25 novembro 2025 - 05h00

Antigamente nesta época do ano as famílias já estavam se conversando sobre as reuniões de fim de ano, o que cada um levaria e quantos poderiam estar presentes.
As casas já estavam devidamente enfeitadas com árvores de Natal, na maioria natural, em vasos, pois, eram cultivadas com essa finalidade, também podiam ser os galhos de árvore e até mesmo as artificiais, qualquer uma que fosse estaria preparada para a visita de Papai Noel e acrescida com os cartões natalinos com lindas mensagens de amigos e parentes mais distantes.
As crianças viviam esse tempo com olhos brilhantes e cheios de expectativa, pois, acreditavam que haveria muitos presentes sob a árvore trazidos pelo "bom velhinho" que atendia as cartinhas que elas lhe enviavam durante o ano com seus pedidos, além de já imaginarem quanta comida gostosa estaria sendo servida. Sim, as ceias de Natal e Ano Novo eram fartas, todas as famílias colaboravam com um prato especial e as mesas tinham um colorido maravilhoso, de encher os olhos e dar água na boca só de imaginar...
Normalmente as reuniões aconteciam nas casas dos mais velhos da família, podia ser na dos avós ou dos pais, a festa sempre era bastante movimentada. Adultos conversando e se atualizando sobre as novidades de cada família, o som das conversas e das risadas enchiam o ambiente de alegria. Os homens reunidos pelo quintal ou na varanda conversavam alegremente, contavam sobre suas atividades profissionais, sobre seus planos para o novo ano, falavam de futebol e saboreavam petiscos enquanto bebericavam uma cerveja gelada e ficavam de olho na criançada solta no quintal. Estes por sua vez não perdiam tempo com conversa, estavam agitados no quintal, rindo muito e brincando, matando a saudade dos primos que viam com menos frequência e rememorando as conversas com aqueles mais próximos, era tempo de brincar e de viver com alegria sem nenhuma preocupação.
Os jovens estavam pelos cantos, falando sobre suas descobertas, seus segredos, como se tudo só estivesse acontecendo com eles, dava a impressão de que ninguém ali, entre os mais velhos, havia sido jovem um dia... Imaginavam que tudo era novidade e falavam em voz baixa para não serem ouvidos por outras pessoas, era quase uma confidência.
Quando a noite desses dias chegavam, todos vestidos com suas roupas especiais e novas, se posicionavam em seus lugares à mesa, faziam suas orações de agradecimento para iniciar a refeição farta e acompanhada de muita conversa e risadas, a felicidade estava presente em cada olhar.
Um tempo que agora parece esquecido lá num canto da memória, pois, sem a presença dos nossos mais velhos, essas reuniões deixaram de acontecer, cada família prefere passar a seu modo, viajando ou comemorando com amigos. Os jovens, em sua maioria, não gostam de reuniões de família, preferem os amigos normalmente em volta de uma churrasqueira acompanhada de bebida e muita conversa fútil. Também há os que trabalham e não poderão comemorar com a família e nem mesmo no trabalho, pois, o local não é condizente para festividades, são plantões em locais de atendimento de emergências ou hospitais, só podem agradecer a oportunidade de estarem ali naquela data sendo úteis e auxiliando o próximo, como nos ensinou o Mestre quando aqui esteve... Há uma certa nostalgia quando as lembranças desse tempo nos vêm a memória, pois, as lacunas são grandes, muitos de nossos familiares já partiram para o outro plano, a saudade se faz mais forte e mais presente e mais dolorida, sentimos falta de nossos pais e muitos de nós já conta seu tempo em dias a menos para serem vividos, afinal a caminhada já vem de longa data. Os tempos mudaram, o progresso segue seu rumo, mas lá no fundo gostaríamos de ainda receber muitos cartões de boas festas e poder participar das reuniões familiares que traziam tanta alegria e amor para nossas vidas e nossas memórias...