No fim da tarde do dia 29 de novembro de 2023, a Diocese de Mogi das Cruzes foi surpreendida com a notícia da morte de Pe. Claudionir Braga do Carmo. Estava internado no Hospital São Luiz do Morumbi. Bonito foi o seu percurso na Diocese de Mogi das Cruzes. Foi o primeiro jovem a ingressar no recém-criado Seminário Diocesano, para se tornar Padre. Iniciou a estudar Filosofia no Mosteiro de São Bento, viajando todos os dias a São Paulo. Em 1982, Dom Emilio Pignoli o acolheu como seminarista e após a conclusão dos estudos de Teologia ordenou-o sacerdote.
O meu olhar vai distante na direção do que já foi a sua nobre caminhada dentro da Igreja. O coração dos fiéis muito o estimava e admirava para que fosse bispo. Passou a ser Monsenhor, quando Dom Paulo Mascarenhas Roxo, após o padre voltar de Roma, onde tinha conseguido o mestrado na Sagrada Escritura, o nomeou Cura e Pároco da Catedral Sant´Ana.
Aos poucos, Pe. Claudionir conseguiu cativar o apoio do povo totalmente ligado ao Pe. Attilio, transferido do Santuário do Divino Amor.
Pe. Claudionir decidiu lutar junto ao povo por sua opção pela Teologia da Libertação.
Foi esta a minha impressão quando o vi se unir aos jovens no Dia Nacional da Juventude gritando: justiça, igualdade e paz.
É claro que falava sobre a libertação do povo oprimido e injustiçado pela pobreza, desigualdade e discriminação, num país onde o pobre lutava para ser gente.
Muitas foram as lições oferecidas aos alunos na Faculdade de Teologia Paulo VI, onde ele era, de verdade, capaz de dar aulas brilhantes.
Foi criador de toda uma enorme produção de questionamentos e intervenções nos encontros do Clero e nas formações oferecidas aos Padres.
Pe. Claudionir foi uma luz, uma voz discreta, mas incisiva nas suas opiniões. Com todos tinha uma união limpa, sempre a favor do povo.
Com a idade de 70 anos caiu numa amarga e indecifrável solidão e depressão, devido a problemas de saúde, pelos quais foi hospitalizado no São Luís do Morumbi.
Vivia tristemente, mas ainda vivia com a esperança de solucionar suas dores e o mal que afetava o seu corpo, mas de repente se foi.
Ao longo da vida foi porta-voz de recados para um futuro novo dentro e fora da igreja, dentro e fora dele. A sua bem- aventurança era o Evangelho que encarnava na vida do dia a dia. Viveu com o amor de um verdadeiro irmão.
O seu testemunho sacerdotal ficará na alma do povo amado e de seus colegas de sacerdócio.



