A chama de amor que arde no peito das noivas, antigamente espasmava na espera de maio que era o mês dos casamentos,
Quantas noites sonhando a fatídica e maravilhosa data marcada em maio, mês concorrido e procurado por dezenas e dezenas de noivas, que com muita ansiedade preparavam ao casamento. Sim, era uma bela tradição casar-se no mês dedicado a Maria, nossa Mãe Celeste. A Esposa de São José revelava às noivas o grande mistério de amor, reacendendo no coração sentimentos de generosa entrega. Maio, mês que na Europa marca o desabrochar da vida, dos germes, das flores, da nova folhagem, das plantas, do amor, da paixão, após o longo inverno que agasalhava a vida, o corpo e o coração. No Brasil, maio é o mês do outono, mês que por si fala aos europeus não de calor, de paixão, de vida, mas de frio, de agasalhamento e às vezes de declínio da natureza e do organismo que adoece pela agressão de bactérias e reduzida imunidade das pessoas. Porém no Brasil, há vida, calor, lances verdejantes durante o ano inteiro e em todos os cantos, deste abençoado país, há cenários carregados de infinitas cores. Há dias lindos no mês de maio que aquecem a festa dos que costumam ainda se casar neste mês, dias que alegram o povo que sai de casa sem o medo de chuva como acontece no verão. Por qual razão há menos casamentos no mês de maio e mais casamentos no mês de dezembro? Talvez os noivos pensam desfrutar as férias de verão ou o décimo terceiro salário! Conveniências boas e justas. No entanto, por várias épocas, maio foi o mês das noivas, o mês dos casamentos.
Ainda hoje, porém, a mentalidade de muitas mulheres conservadoras e tradicionais se agarra aos valores do passado e ao esplendor da Virgem Maria. Em geral, o número dos casamentos diminuiu, seja na Igreja como no civil, seja em maio como em dezembro. Uma das razões é o costume que os namorados e noivos vivenciam nos dias de hoje de “viver amigados sob o mesmo teto” ensaiando no corpo o que o coração em chamas vai ditando. Além disso, muitos adiam o casamento pela ascensão da mulher que pretende profissionalizar a sua carreira. Enfim, encontramos outras razões no temor de inadequação a viver uma vida a dois, no receio de bater de frente com situações imprevisíveis, fato que alimenta medos de todos os tipos, e mais ainda, porque os noivos sabem que se a união conjugal não for assumida de maneira madura e heróica, vai fracassar. Sabemos que quando o casamento mergulha ou passa por uma experiência cinzenta, aniquilante e humilhante, o amor do casal vai se extinguindo, restando apenas um vínculo destituído de todo calor, sabor e amor. Bem poderia ser diferente se ambos acreditassem no caráter fundamentalmente religioso
e sacramental da aliança matrimonial e na oportuna devoção à Maria, esposa e mãe exemplar.
Que lindo seria se os casais se amassem com serena e virtuosa alegria, evitando lacerações e separações que levam a uma inevitável crise matrimonial. O casamento não aponta caminhos fáceis, todavia confere ao casal a vocação de viver uma difícil missão que bem administrada e santificada pela oração, pela caridade e pelo perdão leva à santidade e à felicidade.



