Li faz um tempo, um comentário assim: “Estamos deixando de ser curiosos!” Entenda-se que as pessoas não se mostram interessadas em saber mais sobre o que verdadeiramente fazem os políticos, sobre como devemos reagir ante fatos que nos atropelam diariamente, sobre como percebemos o mal nos afetar diretamente.
Lancei este questionamento numa conversa com antigos colegas professores, todos aposentados num encontro. Xiiiiiiiii! Carambola! Começaram uma discussão política, bem fortinha. O grupo se exibia dividido meio esquerda e meio direita. Não senti algo legal. Tentei maneirar a coisa e tive alguma dificuldade no início. Devagar fomos mudando o tema e acalmando. Estamos mesmo bem polarizados. E, pelo que sinto e sei, poucos buscam o equilíbrio. E, ninguém, ou quase ninguém, se pergunta como e porque chegou onde chegou. Estamos nos exibindo em condições de perda da curiosidade mesmo de saber como nos tornamos o que somos agora? Ao final do encontro me pediram apenas para não identificar o g rupo se comentasse a respeito. Nem vejo nem via porque iria fazer isso. Constatamos a nossa polarização, o que não nos exibe como equilibrados. E ninguém se pergunta como mudar o nível disso em nosso país.
Então, o que queremos efetivamente fazer com a gente do nosso país? Que país queremos para nós?
É claro que vamos nos dando conta, meio lentamente, de que nossa gente está iniciando a também passar, em nosso Interior, por forte pressão do Exterior. Coisa que nem vai terminar amanhã. O fato é que podemos, sim!, nos perguntarmos como podemos e devemos agir para melhorar a nossa terra? Por que não nos questionamos sobre a dificuldade que mostramos em nos darmos as mãos? Se estamos em família, se estamos num condomínio, se estamos numa empresa, numa escola, numa cidade, se queremos viver bem num país, temos de pensar em como ficarmos juntos, como seguirmos de mãos dadas. É assim que construímos a união, a qualidade para todos. Por que não nos interrogamos sobre isso, sobre a nossa conduta ante os demais? Se nos dermos conta de como estamos concretamente agindo ante os outros poderíamos perceber que o mundo pode melhorar, que a relação entre os seres pode melhorar, que podemos erguer um mundo futuro bem melhor do que o atual. Sabemos todos que muitos não querem ser líderes, não querem trabalhar em equipe, esses querem mandar, querem comandar, chefiar seus subordinados. Será que uns tantos, mesmo uns poucos, desses estranhos alguma vez já se perguntaram se compartilhassem a vontade de fazer o bem levariam o mundo a um percurso melhor? Fazemos o caminho ao andar, já nos ensinava o Poeta. Por que então seguirmos atropelando os que estão mais próximos? Perto dos meus oitenta aninhos, desculpem repetir, já pude viver tempos difíceis, guerras e maldades. Não foi legal. Era muito sofrido, para muita gente. Não nos perguntamos porque não tentamos construir algo mais prazeroso? Se podemos de fato nos darmos as mãos será que não mudamos o caminho de batalhas, de sofrimentos? Por que não nos unirmos. Juntos podemos muito mais e melhor. Pensemos nisso!



