"Caverna", em geral, é uma cavidade subterrânea formada em rochas; lugar escuro, profundo e difícil de ficar por muito tempo, um lugar inóspito. O grande profeta Elias passou uma noite na caverna, transtornado emocional e fisicamente, sentindo medo, solidão, cansaço e vontade de morrer. Ali, ele ouviu a voz de Deus novamente, em uma brisa suave. Deus foi ao encontro dele naquela caverna escura e o chamou para fora. Aquele não seria o fim do profeta! Jó, conhecido pelas perdas devastadoras e por seu sofrimento, também ficou por um período de tempo na "caverna" da solidão, da rejeição, da exaustão emocional e física, desejando morrer. (Jó 7:15) Estamos para começar o mês de setembro, dedicado à campanha - "Setembro Amarelo", que trabalha a prevenção ao suicídio. Segundo a OMS, é a segunda causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos. De acordo com os especialistas, a maioria dos casos de suicídio está relacionada a transtornos mentais; principalmente, à depressão. Esse tema deve nos tocar profundamente, enquanto seres humanos. É importante falar sobre o assunto nas escolas, nas igrejas, nas famílias, nas nossas comunidades. Graças a Deus, hoje em dia os transtornos mentais são encarados sem tanto tabu. Não precisamos ter vergonha, temendo o julgamento dos outros. Podemos e devemos procurar por ajuda especializada, se necessário, a fim de termos uma qualidade de vida melhor. Em Jó 42:1-6, encontramos a oração de Jó, ainda passando pelo sofrimento. "Eu reconheço que para Ti nada é impossível e que nenhum dos teus planos pode ser impedido". (Jó 42:2) A última resposta de Jó para Deus foi de reconhecimento da grandeza e do poder de Deus para quem nada é impossível e cujos propósitos não podem ser impedidos. Os sofrimentos pelos quais Jó estava passando, todas as suas limitações, os seus questionamentos, ganharam um novo sentido. Se Deus em Sua vontade soberana quisesse transformar a realidade dele, Ele poderia; se Deus tivesse planos para a vida dele dali para a frente, esses planos se realizariam, independentemente das circunstâncias. O Deus de Jó é também o do apóstolo Paulo, o qual na hora do seu sofrimento ouve que a graça de Jesus é o que lhe basta. Seja mudando a nossa história, seja nos dando graça para passar pelo sofrimento, Deus continua sendo Deus! "Antes eu te conhecia só por ouvir falar, mas agora eu te vejo com os meus próprios olhos. Por isso, estou envergonhado de tudo o que disse e me arrependo, sentado aqui no chão, num monte de cinzas". (Jó 42:5-6) Pressionado pela dor e pelo sofrimento, Jó reconhece que falou sem saber das coisas como elas verdadeiramente são. Só Deus sabe tudo! Nós nem sabemos orar como convém, que dirá explicar o sofrimento! Reconhecer que não temos respostas para muitas questões já indica humildade. Jó agora estava em um novo nível de relacionamento com Deus. Antes, ele cumpria "os protocolos" de sua fé, conforme conhecia ou lhe fora ensinado. Nascia, agora, um outro Jó - não o que sabe, mas o que não sabe. Ou melhor, ele sabe que Deus tudo pode! A partir daí, ele passa a conhecer Deus pessoalmente, intimamente. Isso o leva à rendição e ao arrependimento. A vitória de Jó não foi ter recebido em dobro o que tivera antes. Foi ter conhecido em seu espírito quem Deus é de fato a partir da experiência do sofrimento. É importante destacar que Deus mudou a sorte de Jó, enquanto ele orava pelos seus "amigos". (Jó 42:10) Jó tinha muitos motivos para não orar por eles, que foram arrogantes e tanto o julgaram indevidamente. Todavia, Jó se pôs a orar por eles, e Deus o ouviu. Jesus nos mandou orar por aqueles que nos perseguem. O cristão deve orar pelos amigos e também pelos que o prejudicam. É interessante que Jó em sua oração não pediu nada para si. Ele não levou a Deus a lista de problemas que tinha. Ele não pediu a sua saúde de volta, nem filhos, nem bens, nem consolo. Ele apenas pediu pelos seus "amigos". O resultado veio."O Senhor abençoou a última parte da vida de Jó mais do que a primeira". (Jó 42:12) Houve uma restituição. Um outro capítulo da vida dele estava começando!




