Queremos as bênçãos da Terra Prometida. Entretanto, não queremos enfrentar as dificuldades e os desafios que fazem parte dessa jornada. Não temos como chegar à Terra Prometida sem passar por desertos, montanhas e vales, povoados de inimigos naturais e sobrenaturais. Muitas vezes o método de Deus para nos tratar é amargo; contudo, é o melhor para nós. Deus sempre cuidou de seu povo, quando estava peregrinando pelo deserto. Certamente, não era uma situação ideal para se viver; contudo, os israelitas tinham os recursos necessários para chegarem sãos e salvos à Terra Prometida, Canaã. Mesmo assim, não paravam de reclamar, chegando até a blasfemar contra Deus, que os livrara da escravidão no Egito. As reclamações começaram logo que saíram do Egito e tiveram que enfrentar o Mar Vermelho - um obstáculo, aparentemente, insuperável diante das possibilidades humanas. Estavam no deserto… Adiante o mar… Atrás deles o exército de Faraó… E o que o povo fez? Aquilo que a maioria das pessoas faz diante dos obstáculos e das dificuldades - murmura! (Êxodo 14:10-12) "Quando os israelitas viram o rei e o seu exército marchando contra eles, ficaram apavorados e gritaram pedindo a ajuda de Deus, o Senhor. E disseram a Moisés: - Será que não havia sepulturas no Egito? Por que você nos trouxe para morrermos aqui no deserto? Veja só o que você fez, nos tirando do Egito! O que foi que lhe dissemos no Egito? Pedimos que nos deixasse em paz, trabalhando como escravos para os egípcios. Pois é melhor ser escravo dos egípcios do que morrer aqui no deserto". Sabemos pelos registros bíblicos que o povo de Israel caminhou a pé enxuto pelo meio do mar. Mas o povo não parou de murmurar. A jornada do povo de Israel, do Egito a Canaã, foi marcada pela murmuração, prova de rebeldia e incredulidade do povo contra a provisão e os planos de Deus. Por mais que Deus fizesse, mostrando Sua fidelidade, nunca estavam satisfeitos. Sabem por quê? Porque a perspectiva de liberdade era demais para eles; por isso, não conseguiam suportar o deserto. Estavam presos ao passado de escravidão. Acostumados à escravidão não ousaram pagar o preço da liberdade e da conquista, ainda que o preço da jornada fosse alto. Eram imediatistas - não conseguiam abrir mão de seus desejos momentâneos por algo muito maior. Por isso, morreram ali mesmo no deserto. Em Números 14:26-30, Deus diz a Moisés e a Arão: "Eu tenho ouvido as reclamações dos israelitas. Até quando vou aguentar esse povo mau, que vive reclamando contra mim? Diga a essa gente o seguinte: "Juro que darei o que vocês me pediram. Sou eu, o Senhor, quem está falando. Vocês serão mortos, e os corpos de vocês serão espalhados pelo deserto. Vocês reclamaram contra mim, e por isso nenhum de vocês que tem vinte anos de idade ou mais entrará naquela terra. Eu jurei que os faria morar lá, mas nenhum de vocês entrará naquela terra, a não ser Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num". Nesse sentido, essa sentença de Deus serve de alerta para nós. Temos que ser cuidadosos com as nossas palavras, quando as coisas não vão bem. O texto de Números 21:4-6 diz: "Mas no caminho o povo perdeu a paciência e começou a falar contra Deus e contra Moisés. Eles diziam: - Por que Deus e Moisés nos tiraram do Egito? Será que foi para morrermos no deserto, onde não há pão nem água? Já estamos cansados dessa comida horrível! E nós? De que estamos cansados? A consequência dessa murmuração foi terrível. Deus mandou cobras venenosas que se espalharam no meio do povo; e elas morderam e mataram muitos israelitas. Depois disso, o povo reconheceu o seu pecado: -"Nós pecamos, pois falamos contra Deus, o Senhor, e contra você, Moisés. Peça a Deus que tire essas cobras que estão no meio da gente". Moisés orou ao Senhor que deu o meio para que aquela maldição saísse do meio do povo. Assim como o povo olhava para a serpente de metal e era curado, aqueles que olham para a cruz de Cristo com fé recebem perdão e salvação.
Quem passa pelo "deserto" sabe que depois do cansaço, da escassez, da peregrinação árdua, da sequidão, do calor do dia e do frio da noite, vai encontrar um oásis. É só esperar com paciência e confiança no Senhor. Deus é fiel e tem sempre um escape para os seus filhos, pois não permitirá que sejam provados além de suas forças. Na vida passamos por muitos "desertos"; alguns, parecem intermináveis. Mas todo deserto tem um fim. Que o nosso fim seja vitorioso como o de Josué e Calebe, que não fizeram parte do clube dos murmuradores!




