Nada é mais detestável para Deus do que o orgulho. Das muitas formas que esse pecado assume, nenhuma é mais abominável do que o orgulho espiritual. A humildade nos faz dependentes de Deus e de sua graça; a humildade nos leva a reconhecer e corrigir os nossos erros, a humildade nos ajuda a não julgar o próximo; a humildade nos leva a buscar ajuda, quando precisamos; a humildade faz com que não nos julguemos melhores do que os outros. - "Ó Deus, o meu sacrifício é um espírito humilde; Tu não rejeitarás um coração humilde e arrependido". (Salmo 51:17) Quando erramos, devemos pedir perdão a Deus, porque isso restaurará a nossa comunhão com Ele. O arrependimento inclui a confissão do pecado, o pedido de perdão, e a disposição sincera para não cometer novamente o erro. Mas, ainda que venhamos a falhar, tenhamos a certeza de que Jesus está sempre pronto a nos perdoar e levantar!
Na semana passada, vimos como a oração de confissão de nossos pecados a Deus deve ser uma prática contínua. Mas isso não deve ocorrer apenas em nível pessoal, mas também em nível coletivo, como família, como igreja, como nação. Na Bíblia há muitas passagens sobre isso. O profeta Daniel, no primeiro ano do reinado do rei Dario na Babilônia, após estudar os livros sagrados e pensando nos 70 anos que Jerusalém ficaria arrasada, de acordo com o que o Senhor havia dito ao profeta Jeremias, vestiu uma roupa feita com pano grosseiro, sentou-se sobre cinzas, ficou em jejum, e orou com fervor ao Senhor. Ele fez uma oração de confissão pelos pecados do povo, na qual ele se incluiu. - "Senhor Deus, Tu és grande e poderoso! Tu guardas a aliança que fizeste com os que te amam e obedecem aos teus mandamentos e sempre lhes dás provas do teu amor. Nós temos cometido pecados e maldades; fizemos coisas más e nos revoltamos contra Ti; desobedecemos às Tuas leis e aos teus mandamentos. Não demos atenção aos teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos líderes, aos nossos antepassados, sim, a todo o povo de Israel. Tu, ó Senhor, és sempre justo; mas agora sentimos vergonha, nós o teu povo, tanto os que vivem na Judéia e em Jerusalém como os que Tu espalhaste pelos países de perto e de longe. (...) Os nossos reis, os nossos líderes, os nossos antepassados, todos nós temos pecado contra Ti, ó Senhor, e por isso estamos envergonhados". (Daniel 9:1-9)
Com o profeta Daniel aprendemos muitas coisas sobre orar. Toda oração precisa ter o componente da adoração a Deus. Ao adorarmos a Deus, começamos a nos preparar para entrar em Sua Presença Santa. Adoramos a Deus pelo que Ele é e faz. Na Bíblia encontramos todos os atributos de Deus, pelos quais devemos adorá-lo. Orar também é confessar os pecados. Precisamos reconhecer os nossos erros, pedindo ao Senhor que nos perdoe. A verdadeira oração de confissão mostra o nosso constrangimento e arrependimento pelo pecado. Confessar os pecados não é um ritual que cumprimos para daqui a pouco voltarmos às mesmas práticas pecaminosas. Em sua oração de confissão, Daniel lembra do que Deus já havia feito pelo povo. Fazendo uma retrospectiva, podemos ver o que Deus já fez por nós. E continuará fazendo, se nos rendermos a Ele, seja individual ou coletivamente. Nesse sentido, Daniel nunca se excluiu da necessidade de arrependimento. Ele chamou o povo, os profetas, os governantes da nação, ao arrependimento, começando por ele mesmo. Os pecados nacionais podem ser sistêmicos e endêmicos. A corrupção em nosso país, por exemplo, tornou-se pandêmica. Como Daniel, oramos com fé e confiança, baseados na misericórdia do Senhor e não nos nossos méritos. Essa é a razão pela qual os cristãos oram em nome de Jesus, que intercede por nós. O Espírito Santo também intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Quando formos tomados pela síndrome do fariseu (Lucas 18:9-14), devemos refletir profundamente na oração de confissão de Daniel, imitando o exemplo que ele nos deixou.




