Mais de 80% dos municípios brasileiros não tratam de forma adequada o entulho gerado pela construção civil. E isso não é só um problema ambiental, é também um desperdício de dinheiro, afirmam especialistas.
Todos os anos, o Brasil descarta cem milhões de toneladas de entulho. Empilhada, essa sujeira toda formaria sete mil prédios de dez andares.
Em São Paulo, os pontos de descarte irregular se multiplicam. São mais que 3.500. A prefeitura da maior cidade brasileira recolhe diariamente quase duas mil toneladas de entulho.
Menos de 20% dos municípios do País tratam de forma correta o que sobra de demolições e da construção civil.
Mas os esforços são concentrados por algumas prefeituras no sentido de evitar esses problemas, que afetam diretamente o meio ambiente.
Na edição de hoje, o DS traz reportagem mostrando que Suzano recebeu reconhecimento pela política de combate ao descarte irregular de entulho na cidade.
A honraria foi concedida pela Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), durante o Encontro Nacional das Usinas de Reciclagem de RCD 2019, realizado na capital paulista.
O prêmio foi conquistado pelo município após a implantação da política ambiental de gerenciamento e rastreamento de resíduos da construção civil, por meio do programa “Suzano Mais Verde”.
O descarte irregular de lixo e entulho é considerado crime ambiental e passível de multa.
O lixo não pode ser colocado fora do horário da coleta. As caçambas precisam de autorização e ficar em local que não impeça o fluxo de veículos e pedestres.
Compete às prefeituras a fiscalização do descarte irregular de lixo e também por realizar a limpeza dos pontos de descarte irregular de entulho e ainda fiscalizar a limpeza de terrenos.
Nas cidades, as políticas são no sentido de impedir novos descartes é evitar que, além da obstrução das calçadas, os mesmos contribuam para a proliferação de pragas ou para o entupimento do sistema de drenagem da cidade.
Suzano foi parabenizada por ser um dos dois municípios brasileiros a se preocupar e combater o descarte irregular. Mas, não há dúvida, de que há trabalho a ser feito ainda.
As cidades, aos poucos, depois de muitos anos, entenderam a necessidade dos planos municipais de resíduos sólidos, mais do que isso, entenderam o seu papel no processo de organização e regulamentação.
Por isso, a expectativa é grande para que uma solução seja tomada e concretizada no sentido de se evitar mais problemas causados pelo entulho de lixo.