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Jornal Diário de Suzano - 26/07/2024
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Editorial

Mais endividados

05 maio 2017 - 08h00

O endividamento das famílias tem gerado grande preocupação, sobretudo, em tempos de economia difícil e de aumento do desemprego no País. A angústia causada por dificuldades financeiras e pelo endividamento pode levar muita gente a agir por impulso e piorar sua situação, alertam especialistas. Pessoas fragilizadas são alvos fáceis para golpistas e podem acreditar em promessas mirabolantes, envolver a família de forma errada e transformar as dívidas em verdadeiras bolas de neve. Para voltar ao azul, é essencial trilhar as estratégias certas. Mas, por outro lado, é preciso que a política econômica do governo melhore e crie oportunidades. Nesta semana, mais um levantamento trouxe preocupação ao País. O percentual de famílias inadimplentes - com dívidas ou contas em atraso - no Brasil ficou em 24,1% em abril deste ano. A taxa é superior às observadas em março passado (23,7%) e em abril de 2016 (23,2%). Esse é o maior percentual registrado pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde setembro do ano passado (24,6%). O percentual de famílias que não terão condições de pagar suas contas ou dívidas chegou a 9,7% em abril. A taxa é inferior aos 9,9% de março, mas superior aos 8,2% de abril de 2016, segundo a pesquisa. O percentual de endividados (em atraso ou não) ficou em 58,9% em abril deste ano, taxa acima dos 57,9% de março deste ano, mas abaixo dos 59,6% de abril do ano passado. De acordo com a CNC, 76,6% das dívidas são com cartão de crédito. Também são importantes fontes de endividamento os carnês (15,3%), financiamentos de carro (10,6%), crédito pessoal (9,9%) e financiamento de casa (8,1%). O tempo médio de comprometimento de dívidas é de 7,1 meses. A parcela média de comprometimento dos salários é de 30,2%. Famílias endividadas acarretam impossibilidade de consumo, de novas compras. A economia deixa de “circular” acarretando um sério risco de mais crise. A melhoria da política econômica é, sem dúvida, um grande desafio, sobretudo, para o governo federal. Os municípios podem fazer sua parte contribuindo com investimentos locais ou abrindo alternativas de empregabilidade para quem está na lista do desemprego. Somente assim, a situação pode começar a mudar para melhor.