Comemorando seus vinte anos de trajetória no ofício, com mais de dez obras autorais encenadas, Antônio se debruça na investigação e produção de um universo Fantástico, onde a memória, as festas, o Brasil, os ritos e a devoção são as matérias primas de suas criações e escritas.
Há nos contos da obra recém lançada e em suas personagens um pouco de tudo que envolve os estudos de sala de criação, as viagens para os festejos em Belém no Círio de Nazaré, Salvador na Festa de Yemanjá, Rio de Janeiro, Ouro Preto e também a Vila Amélia, onde o autor nasceu e foi criado, em Poá, no extremo leste de São Paulo, que por vezes é o cenário central, ressignificada e transformada em poéticas diversas.
O livro carrega doze contos autorais, entre estórias inéditas e outras que originaram espetáculos. Os universos se cruzam propondo aos leitores uma viagem também imagética com as palavras, uma das assinaturas do autor e sua obra.
‘’Sou uma pessoa forjada numa memória de lutos, festas e devoção, e minha obra carrega isso. Essa publicação marca para mim o encerramento de um ciclo de escritos até aqui. Nunca fui um religioso. Minha devoção é com as histórias. Há contos que tem mais de onze anos e nunca compartilhei.”, comenta o artista, que teve seu primeiro texto escrito com dezesseis anos de idade, e encenado logo no ano seguinte, na estreia do Teatro da neura, grupo que Antônio é um dos fundadores.
``O primeiro conto do livro nasce a partir da minha experiência em Belém do Pará, durante o Círio e o Auto do Círio. Nele há todo meu fascínio pela cidade e pelos ritos que presenciei. Está tudo lá, claro que como uma ressignificação poética, de uma forma simbólica e carregada de todas as encruzilhadas desse Brasil potente que encontrei nas festas.




Antônio Benedito Nicodemo lança seu primeiro livro: ''A Criança que matou a sede na lágrima do Anjo" - (Foto: Divulgação)




