O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que as pessoas vão entender se tiverem que pagar mais impostos para tornar o País mais forte. Levy ressaltou que a presidente Dilma Rousseff (PT) não deixa de tomar medidas por haver possibilidade de uma queda de popularidade e que o governo está empenhado em atingir meta de superávit de 0,7% do PIB. Em entrevista coletiva ontem, Levy disse que o governo não pode agir sozinho e que a sociedade tem que entender a importância de se colocar as contas fiscais em ordem. "Se tiver que pagar um pouquinho de imposto para sermos vistos como País forte, as pessoas entenderão". O ministro frisou a responsabilidade da presidente Dilma na tomada de decisões. Segundo ele, a petista já vem tomando decisões que, por exemplo, geraram alta de preços administrados. "Por isso que a presidente falou que vai tomar as medidas para isso (colocar as contas em ordem). E já até tomou (medidas) e nem todas têm refletido na popularidade dela", disse. O ministro ressaltou que, "se precisar pedir a sociedade, empresas e famílias que façam um esforço adicional para ajudar o Brasil a chegar aonde quer chegar, tenho certeza que a presidente vai fazer a proposta". Levy afirmou que essa discussão será o programa de governo para as próximas semanas. Para o ministro, as ações do governo já têm surtido efeito. "Pela primeira vez, vimos uma contribuição positiva do setor externo. A balança, que tinha perdas, agora está no azul, porque o governo tomou as medidas necessárias no começo do ano. Com relação ao câmbio, o ministro disse que "estávamos vendo o déficit com o resto do mundo piorando e deixamos o câmbio flutuar, estamos vendo o déficit diminuindo". Rebaixamento Após o rebaixamento do grau de investimento pela agência de risco do Brasil pela Standard & Poor's, o ministro ressaltou que a economia brasileira precisa sofrer reengenharia para se adaptar ao cenário mundial. Em mais uma referência à necessidade de ponte fiscal, o ministro ressaltou que essa ponte será construída com uma economia além dos R$ 80 bilhões do contingenciamento orçamentário anunciado neste ano.