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Nacional

MP denuncia empresário e fiscais da Prefeitura de São Paulo por lavagem

17 abril 2015 - 08h00

O empresário Marco Aurélio Garcia, irmão do secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia (DEM), foi citado na mais recente denúncia da Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS), protocolada ontem, na Justiça. Marco Aurélio foi denunciado por lavagem de dinheiro em parceria com o ex-subsecretário da Receita municipal, Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como líder da máfia. A nova denúncia é um desdobramento das investigações iniciadas em 2013 e que ainda estão em curso. Marco Aurélio nega ligações com o esquema. Outros fiscais relacionados à máfia foram denunciados: Eduardo Horle Barcellos e Fabio Remesso, além da mulher de Ronilson, Cassiana Malhães, e do irmão de Remesso, Rodrigo Remesso, que seria o contador de Ronilson. A peça criminal cita ainda seis empresas que participaram dos atos de lavagem. Quatro delas teriam participação societária de Marco Aurélio ou de sua mulher. As outras duas são a Transportes Dalçoquio, importante empresa de logística sediada na cidade portuária de Itajaí, em Santa Catarina, e a empresa de tubos e metais paulista Krominox. Marco Aurélio já havia sido relacionado à máfia por ser o locatário de uma sala comercial no Largo da Misericórdia, no calçadão do centro velho da cidade, que era usado como sede da máfia em escutas telefônicas, os integrantes do esquema chamam o local de "ninho". Seu irmão foi um dos principais aliados políticos do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), atual ministro das Cidades. Eles chegaram a fazer campanhas eleitorais juntos, compartilhando até o mesmo jingle. Rodrigo Garcia foi indicado por Geraldo Alckmin (PSDB) há cerca de um mês. O período em que os delitos ocorreram, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), se estendem de 2010 a 2013. Nessa denúncia, o MPE se concentrou nos atos de lavagem de dinheiro que, de acordo com o MPE, foram praticados por Ronilson. Segundo a Controladoria Geral do Município, há suspeita de que o grupo tenha causado prejuízo de R$ 500 milhões aos cofres públicos e era preciso encontrar formas de limpar tais recursos para que fosse usufruídos sem problemas. Para o Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec) do MPE, Ronilson montou uma empresa de fachada, a Pedra Branca Consultoria, para tratar da limpeza do dinheiro. Nas 31 páginas da denúncia oferecida ontem, o MPE aponta os rastros de 36 operações de lavagem de dinheiro, contra seis empresas, que somam um total que chega a cerca de R$ 4 milhões.

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