Quando o Instituto de Engenharia alerta que a represa Guarapiranga, a única abastecida por nascentes paulistanas, está correndo sério risco de se exaurir, é urgente um despertar de toda a comunidade.
O Instituto de Engenharia realizou um evento, emblematicamente chamado "Sem água não há vida", para debater a questão que é a mais premente para os mais de doze milhões de paulistanos.
Todos sabemos que a receita para recuperar os córregos, as nascentes e requalificar a água que bebemos é devolver à natureza as árvores que dela fomos subtraindo no decorrer dos séculos.
Infelizmente, a população ainda não compreendeu que a melhor amiga da vida é a árvore. Ela é polivalente: presta serviços ecossistêmicos e gratuitos. A ecotranspiração garante o sequestro de carbono e a renovação do oxigênio.
Regiões arborizadas chegam a registrar até dez graus Celsius menos do que as regiões áridas.
As árvores têm de estar num solo drenante. Isso faz com que o regime de chuvas se reequilibre.
Não mais as tempestades violentas, causadoras de enchentes, inundações e desabamentos, mas a chuva boa, aquela que ameniza o calor e faz a atmosfera mais saudável.
Além disso, o local que abriga uma árvore é um ponto de escoamento da água da chuva, reabastecendo o lençol freático.
Árvores são refúgio da vida silvestre, dão sombra e beleza, são tudo o que há de bom para preservar os viventes neste planeta.
O município de São Paulo plantou mais de 120 mil árvores em 2025.
Para combater a escassez hídrica, é urgente refrear a desenfreada ocupação da região dos mananciais, saqueada por construções que não podem invadir um espaço do qual dependem milhões de paulistanos.
A moradia é importante, mas não se sobrepõe à própria vida, o primeiro dos direitos individuais explicitados no artigo 5º da Constituição da República.
São Paulo precisa hoje de muito juízo, muita ação emergencial e conscientização de toda a comunidade. Pode-se viver sem petróleo.
Sem água não.
O que fazer sem água? É uma tragédia que todos podemos evitar.



