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Jornal Diário de Suzano - 04/12/2025
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Coluna

O idoso na pauta do ENEM

11 novembro 2025 - 05h00

Vivemos todos num tempo em que as pessoas estão diminuindo gradativamente a família, muitos preferem ficar sozinhos, outros criam famílias, mas decidem não ter filhos e os que desejam os ter não são mais em grande número.
Em outras épocas as famílias se formavam e logo aumentavam, era normal ter muitos filhos, e viverem cercados por eles quando a velhice chegava e, a idade avançada nunca era assim tão longínqua, a saúde se desgastava mais rápido e faleciam cedo, numa idade em que atualmente ainda nos encontramos em plena atividade.
A qualidade de vida melhorou, os tratamentos médicos evoluíram, o acesso a boa alimentação, ao conforto e até mesmo a prática de atividades físicas tornaram as pessoas mais resistentes, assim envelhecem com qualidade, entretanto estão mais sozinhas.
Por criarem pequenas famílias, ao longo do tempo os filhos ou filho mudam de casa, alguns para outros países e outros criam suas próprias famílias e, dessa forma o casal volta a viver como no início da relação, só os dois.
Passam a ter liberdade para viajar, realizar sonhos que ficaram guardados e vivem prazerosamente a chegada da chamada melhor idade.
Muitos ainda enquanto jovens auferiram uma boa situação financeira e conseguem manter planos de saúde que permitem continuar com os cuidados necessários para viver bem e não depender dos filhos ou familiares para os ajudar quando necessário. Hoje temos espaços específicos para os idosos praticarem esportes, reunirem-se e até mesmo residências preparadas para morarem com segurança. Entretanto nem todos conseguem ter acesso ao conforto que uma boa situação financeira permite, pois, ainda temos muita desigualdade social em nosso país e, uma grande maioria não consegue envelhecer cercada de todos os cuidados que o avanço da idade requer.
Colocar essa pauta num exame nacional para pessoas mais jovens os faz pensar na possibilidade de envelhecerem e na qualidade de vida que terão no futuro e até mesmo na qualidade de vida de seus pais e dos mais velhos da sua família.
Um assunto pouco falado e discutido em outros tempos em que somente havia preocupação em trabalhar para sustentar a família e ter uma aposentadoria que permitisse uma vida com relativo conforto quando a idade chegasse, era viver dentro de padrões preestabelecidos pela sociedade e pelo governo.
Os cuidados com os mais velhos eram divididos entre os filhos que se revezavam nas visitas ou se cotizavam para pagar alguém que cuidasse por um período do dia e, em casos mais extremos a internação em asilos ou casas de repouso também era uma solução natural. A aposentadoria hoje não é mais sinônimo de um futuro seguro, as mudanças nas regras não permitem mais que imaginemos uma velhice confortável com os valores que serão pagos para os aposentados que hoje já é uma realidade para a grande maioria de idosos que dependem da aposentadoria para viver e manter alimentos e remédios necessários para uma boa qualidade de vida. Idosos hoje continuam trabalhando mesmo após aposentados para ajudar a família e para ter um poder aquisitivo suficiente para se manter. Infelizmente vemos também idosos que por terem acesso a parcos recursos financeiros buscam melhorar suas condições juntando reciclados, morando na rua, não recebendo os cuidados necessários nem dos familiares, nem do governo, parecem que se tornam invisíveis para a sociedade. A vida para quem envelhece ainda não tem ainda uma boa expectativa, apesar de ser uma realidade para nossos dias.
É mesmo necessário colocar em pauta para que os jovens se preparem para envelhecerem com mais qualidade de vida e pensarem nos idosos de sua família com mais consciência, respeito e cuidado.