Degustadores de vinhos ou membros de uma Confraria usam seus olhos, paladar e olfato para degustar vinhos. Nada encanta mais um degustador de vinhos do que o aroma de um vinho "frutado". Uma boa taça de vinho alegra quem a bebe, especialmente quando fazem parte de uma Confraria. Sou Sócio da Confraria 17 de Dezembro. Uma aliança de companheirismo me levou, anos atrás, a criar uma grande amizade com o engenheiro agrônomo Dr. João Roston. Na sua casa ou no restaurante Colonial, estávamos juntos, pedindo pizza e degustando um tipo diferente de vinho a cada encontro. Os encontros que tive com meu amigo Roston, hoje os realizo, após o seu falecimento, com membros da Confraria mencionada. O vinho é um produto nobre que não deve ser confundido com outros narcóticos, como café, chá ou cigarros. Nesses casos, o vinho pode se tornar uma droga. Vários motivos podem motivar o consumo da bebida "vinho". Pode-se beber para matar a sede, mas, nesse caso, penso que seria melhor beber bebidas menos caras que o vinho e que saciem mais a sede. Pode-se beber para buscar um certo efeito estimulante e eufórico. Algumas pessoas buscam uma espécie de refúgio no vinho quando se sentem desconfortáveis, incapazes de se adaptar ao ambiente ou tentando combater a ansiedade. Nesses casos, bebe-se além dos limites da moderação.
Pelo contrário, o vinho deve ser apreciado como uma experiência de degustação. Visto dessa perspectiva, o vinho faz parte da gastronomia, um elemento da cultura e da qualidade de vida. Por isso, o vinho pode ser considerado uma obra humana que faz parte da arte, como a música e a pintura. Uma arte, talvez mais completa do que a pintura e a música, porque, se a pintura estimula a nossa visão e a música a nossa audição, o vinho consegue estimular todos os nossos sentidos, com a única exceção da audição, razão pela qual se diz que a música é complementar ao vinho.
Ao contrário da música e da pintura, o vinho não gosta de ser apreciado por um conhecedor solitário. O vinho não gosta da solidão; ele adora se comunicar. A comunicação nos permite ouvir os outros através de suas opiniões. Quando temos a oportunidade de beber um vinho, de qualidade começamos por observá-lo, depois cheirando-o, depois provando-o e, finalmente, formulando uma opinião. Portanto, ver, cheirar e provar são as três fases principais da degustação de vinhos



